Assim que foi eleito governador em outubro do ano passado, Carlos Moisés (PSL) disse que manteria as questões partidárias afastadas do governo estadual. Assim, blindou-se da maior parte das indicações dos deputados federais e estaduais eleitos, assim como a pressão da maioria dos suplentes da legenda para emplacaram vagas na máquina.

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Passado o racha interno da sigla, com a saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL – levando para o projeto de criação do Aliança quase todos os parlamentares pesselistas eleitos em Santa Catarina – chegou a hora de unificar a relação governo/partido. Isso ficou claro com a reunião da nova executiva estadual do PSL, realizada na última sexta-feira.

Não foi apenas oficialização da filiação do secretário da Casa Civil, Douglas Borba, como filiado e secretário-geral do PSL-SC. O próprio Moisés foi designado como presidente de honra da sigla. Estão, assim, entrelaçados governo e partido.

– No governo, estamos fazendo uma gestão que está passando tudo a limpo. Estamos pagando dívidas herdadas, diminuindo o tamanho da máquina pública, por meio da reforma administrativa, revendo os benefícios fiscais e equilibrando o caixa. Ou seja, estamos ajustando o Estado e é isso que queremos para os municípios. Município forte é sinônimo de Estado forte – discursou Moisés.

– Já são visíveis os resultados produzidos pela gestão técnica que estamos desempenhando e queremos trazer para o PSL os mesmos princípios que aplicamos na administração estadual – completou Borba.

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A presidência estadual continua sob comando do deputado federal Fábio Schiochet. Quando o PSL rachou em Brasília entre os chamados bolsonaristas e os que se mantiveram alinhados ao presidente nacional Luciano Bivar (PSL-PE), Schiochet foi o único dos eleitos em Santa Catarina que não titubeou em continuar fiel ao dirigente. Ao falar sobre a decisão de nomear Moisés como presidente de honra do PSL-SC, o deputado federal pontua o novo momento do partido.

– É isso que queremos para o PSL. Decisões equilibradas, sensatas e com a mesma serenidade que conduz o nosso comandante do Estado em suas decisões, e que hoje já surtem efeito positivo – diz Schiochet.

Dos eleitos em outubro do ano passado, também permanece na executiva estadual o deputado estadual Ricardo Alba – que anunciou disposição de migrar para o Aliança, mas sofre resistência entre os dissidentes bolsonaristas. Alba, deputado estadual mais votado nas eleições do ano passado, foi indicado primeiro-secretário do PSL-SC, mas não aparece nas fotos do encontro.

No encontro foram discutidas estratégias para que o PSL esteja presente em pelo menos 80% dos municípios catarinenses com candidaturas a prefeito, vice e vereadores. As coligações também entraram na pauta: serão prioritárias com os partidos que hoje apoiam o governo Moisés na Assembleia Legislativa. Está aberta a porta para compor com o MDB, cuja bancada integra em bloco a base governista, e com os 11 deputados que integram o bloquinho governista.

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Nas 30 maiores cidades, as candidaturas e coligações serão conduzidas pelo próprio governador Carlos Moisés, com o respaldo do presidente estadual do partido, Fábio Schiochet, e o apoio do secretário da Casa Civil, Douglas Borba, além dos coordenadores regionais – também designados na sexta-feira.