Foi formalizada nesta terça-feira a troca na liderança do PSL na Assembleia Legislativa. Com assinaturas de quatro dos seis parlamentares da bancada, Sargento Lima assume o posto no lugar de Ricardo Alba. A primeira medida do novo líder foi exonerar os nove funcionários comissionados da liderança do PSL.

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A movimentação foi acertada na quarta-feira da semana passada, após jantar de parte das bancadas federal e estadual do PSL com o deputado federal Eduardo Bolsonaro – líder do partido na Câmara dos Deputados e filho do presidente Jair Bolsonaro. Os quatro deputados estaduais presentes – Ana Campagnolo, Felipe Estêvão, Jessé Lopes e Sargento Lima – reuniram no dia seguinte as assinaturas para desalojar Alba do posto. O ex-líder e o Coronel Mocellin são os deputados estaduais ainda ligados ao governador Carlos Moisés (PSL) – em rota de colisão com o chamado grupo bolsonarista da sigla.

Na condição de líder, Sargento Lima deve nomear os comissionados em acordo com a bancada. O próximo movimento terá como alvo o governo Moisés, com a substituição de nomes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde atualmente os governistas são maioria. Em acordo também acertado em Brasília com o senador Jorginho Mello (PL), os bolsonaristas querem desalojar Mocellin e Maurício Eskudlark (PL), atual líder do governo, para que Ana Campagnolo e Marcius Machado (PL) ocupem os postos. Mocellin e Eskudlark afirmam que ainda não foram procurados para tratar do assunto.

Embora tenha aproveitado a crise nacional do PSL, o racha do partido no Estado tem questões locais em sua gênese. Ana Campagnolo e Jessé Lopes entraram em atrito com Moisés desde a tentativa do governo de acabar com o subsídio aos agrotóxicos – contrariando a política do governo Bolsonaro de afrouxar a política de restrições aos produtos. Lima foi isolado após tentar intermediar as negociações do reajuste salarial dos praças da Polícia Militar, o que contrariou o governador. Além disso, os quatro se queixam de que não são ouvidos na composição das executivas municipais do PSL visando as eleições do ano que vem.

Semana passada, em entrevista à Veja, Moisés disse que os conflitos com os adversários internos não são “posições ideológicas, são questões menos nobres”.

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