Se como governo o PSL catarinense ainda titubeia em mostrar sua cara, as bancadas legislativas do partido começam a mostrar como pretendem atuar a partir de fevereiro – mês da posse dos parlamentares. No final da tarde desta terça, a futura bancada estadual pesselista se reúne em Florianópolis para discutir a eleição da presidência da Assembleia Legislativa.
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Presidente estadual do PSL, Lucas Esmeraldino renuncia ao cargo de vereador em Tubarão
A rodada de conversa é derivada da confraternização dos eleitos do PSL no sábado, em Governador Celso Ramos, promovida pelo deputado federal eleito Daniel Freitas. No encontro, o futuro líder da bancada do partido na Alesc, Felipe Estevão atualizou o governador eleito Carlos Moisés da Silva sobre a situação das discussões de bastidores sobre a sucessão no Legislativo.
Inicialmente, Moisés designou o deputado estadual eleito Onir Mocellin, também coronel da reserva do Corpo de Bombeiros, para atuar em nome do partido nessas negociações – ele foi escolhido para ser o líder do governo. Passadas algumas semanas, a situação não avançou e o partido vai sentar para conversar sobre os rumos.
As conversas em bloco com a bancada do MDB, maior da Casa com nove integrante, não avançaram como se previa inicialmente. Há um entendimento no PSL de que a fatura do acerto com os emedebistas é muito cara. Assim, avançaram os entendimentos com o deputado estadual eleito Júlio Garcia (PSD) – duas vezes ex-presidente da Alesc – para a composição de uma maioria governista.
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Mais do que assumir como presidente em fevereiro, Garcia quer construir um bloco sólido para ter o controle do Legislativo e criar condições eleitorais para 2020. Essa construção é suprapartidária no momento. Na conversa de sábado, Moisés foi alertado de que se o PSL entrar nessa composição define a eleição da mesa diretora e conquista maioria parlamentar.
O governador eleito ouviu nessa conversa sobre a importância de não se omitir da disputa legislativa. Em maior ou menor grau, os antecessores Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e Raimundo Colombo (PSD) participaram dessas composições, com sucesso, e governaram sem maiores sobressaltos parlamentares.
A lembrança sobre um governador derrotado nesse processo remonta a 1999, quando Esperidião Amin (na época PPB) não conseguiu fazer valer o acordo que compensaria com a presidência da Alesc a ausência do PSDB na chapa majoritária vitoriosa no ano anterior. Acabou atropelado por uma composição liderada pelo então colega de partido Gilmar Knaesel com setores da oposição. As fissuras ajudariam, quatro anos depois, a perder o apoio do PSDB para Luiz Henrique.
Por falar em PSL, o presidente estadual Lucas Esmeraldino praticou na segunda-feira um gesto de força simbólica ao renunciar ao cargo de vereador de Tubarão. Especialmente porque foi na véspera do julgamento do recurso em que questiona a eleição de Jorginho Mello (PR) ao Senado. Esmeraldino sinaliza que não recua em sua intenção de estadualizar sua atuação. Se não ganhar no Tribunal Superior Eleitoral a vaga no Senado, é difícil que seja ignorado em uma boa posição no governo Moisés.
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