O principal partido de oposição do governo Carlos Moisés (PSL) vai continuar assim, mas com disposição para “iniciarmos um novo tempo, onde o respeito recíproco e a contribuição de todos possam ajudar Santa Catarina a vencer os grandes desafios”. Esse é o tom da decisão da executiva estadual do PSD, que se reuniu na manhã desta terça-feira para decidir qual a posição da legenda em relação ao governador – que nomeou o pessedista Eron Giordani na Casa Civil sexta-feira, em uma das primeiras medidas após retomar o cargo com arquivamento do primeiro processo de impeachment.

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Em documento assinado pela executiva estadual, o PSD deliberou que “não participará do governo, nem fará qualquer indicação de cargos”. No domingo, em participação na live do NSC Total sobre a cobertura do segundo turno das eleições, o presidente estadual do PSD, Milton Hobus, chegou a dizer que os membros do partido que quisessem participar do governo Moisés deveriam pedir desfiliação da sigla. A posição foi amenizada no debate interno.

– Decidimos essa questão internamente, mas preferimos deixar fora do documento. Quem participar do governo terá que se licenciar do partido. A gente sabe que o governo está em cima de gente nossa e que estas pessoas podem querer contribuir, pelo espírito público que têm. Se ocorrer, é uma posição pessoal. Se quiserem depois voltar, serão muito bem-vindas porque são quadros qualificados – afirmou o Milton Hobus logo depois da reunião da executiva.

Além de Giordani, outros nomes pessedistas são especulados para a reforma do secretariado que Moisés promete fazer até a metade de dezembro. Entre os citados nos bastidores, estão Eduardo Deschamps, ex-secretário de Educação, e o ex-prefeito blumenauense Napoleão Bernardes.

O documento assinado pelo PSD aponta duas pautas em que o partido está disposto a ajudar o novo momento do governo Moisés: defender a continuidade de um Estado competitivo, sem aumento de impostos; votar a reforma da previdência logo que chegue à Assembleia Legislativa. A mudança previdenciária deve ser o primeiro grande teste da nova postura do governo em relação ao parlamento – a primeira tentativa de reformar a previdência chegou a ser retirado pelo governo por causa das alterações promovidas pelos deputados.

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A aproximação de Moisés com o PSD foi construída durante o afastamento governador por causa da abertura do processo de impeachment que analisava crime de responsabilidade na equiparação salarial dos procuradores do Estado com os da Alesc. As conversas avançaram com o presidente da Assembleia, Júlio Garcia (PSD), e resultaram na nomeação de Eron Giordani, ex-chefe de gabinete do pessedista, para a Casa Civil – em operação acordada também com parte da bancada do MDB como forma de sinalizar uma nova relação entre Executivo e Legislativo.

Júlio Garcia e Milton Hobus chegaram a visitar Moisés na Casa d’Agronômica ainda na quarta-feira passada, dois dias antes do julgamento do impeachment em que o governador foi considerado inocente pela maioria do Tribunal do Impeachment. No sábado, após a nomeação de Giordani, o ex-governador Raimundo Colombo afirmou nas redes sociais que considera a participação do PSD no governo “um grande erro” e que levaria isso à reunião da executiva desta terça-feira. Foi após a manifestação de Colombo que Hobus defendeu a desfiliação de integrantes do partido que aceitassem participar da gestão pesselista, amenizada agora. Na segunda-feira, mantendo a postura de aproximação com o PSD, Moisés recebeu na Casa d’Agronômica o prefeito eleito de Chapecó, João Rodrigues (PSD) – acompanhado de Júlio Garcia.

Leia o documento aprovado pela Executiva Estadual do PSD:

PSD decide continuar oposição
PSD decide continuar oposição (Foto: Reprodução)

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