Repare no tamanho do sorriso do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, na fotografia registrada na reunião com o governador Carlos Moisés (PSL), quinta-feira em Brasília. Foi um dos destaques na semana política do Estado a oferta feita pelo catarinense de injetar recursos estaduais para acelerar a obra de duplicação da BR-470, entre Navegantes e Indaial. Moisés quer construir esse modelo junto com a bancada federal, que também aportaria emendas na duplicação da rodovia. Nem preciso dizer que o ministro gostou da ideia.

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Evandro Assis: Proposta de Moisés para a duplicação da BR-470 é vista com reservas

A duplicação da BR-470 é uma das demandas históricas de Santa Catarina junto ao governo federal. Diversas datas de conclusão e esperanças foram dadas nos governos Lula (PT), Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e agora Jair Bolsonaro (sem partido). É nessa lógica que surge a proposta de Moisés. Como ideia e promessa, não é novidade. Em 2010, o então candidato a governador Raimundo Colombo (ainda no DEM) usou a situação da BR-470 como um dos principais temas de campanha eleitoral. Dizia que se o governo federal continuasse enrolando os catarinenses, ele pediria para assumir a obra.

Evandro Assis: Duplicação da BR-470 teve o melhor ano em 2020, mas ainda falta executar metade da obra

Eleito, Colombo aproximou-se de Dilma Rousseff e teve a garantia de que os recursos federais estavam garantidos via PAC (alguém lembra?). Foi enrolado ou deixou-se enrolar. Santa Catarina continuou no fim da fila das obras federais, como está até agora. A diferença da proposta de Moisés é a oferta de pagar para sair do fim da fila. Aguardemos a ideia sair da intenção.

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Enquanto isso, as críticas são naturais. Tão logo soube da proposta do governador Moisés ao ministro Tarcísio, o deputado estadual Ivan Naatz (PL) reclamou. Lembrou que Santa Catarina é o sexto Estado em arrecadação de tributos federais e o vigésimo em retorno de verbas, obras e serviços.

– É claro que todos queremos a agilização da duplicação da BR-470, mas também temos que fazer valer nosso valor como Estado arrecadador junto à União. Já temos um orçamento apertado por aqui e inúmeras estradas estaduais estão em estado precário.

Dias antes, o deputado federal Carlos Chiodini (MDB) também havia manifestado preocupação com a falta de prioridade do Ministério da Infraestrutura com as obras federais em Santa Catarina. Comentou comigo que há redução significativa para elas no Orçamento 2021 e ironizou o ministro.

– O ministro Tarcísio está todo dia mostrando obras no Norte e no Nordeste e todo dia baixa o orçamento das obras em Santa Catarina – critica o emedebista.

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