Houve um momento em 2010 que as dificuldades para recomposição da tríplice aliança levaram o DEM de Raimundo Colombo a abrir conversas com o PP de Angela Amin. Na época, a candidata do PP liderava com alguma folga as pesquisas e o lageano aparecia em terceiro ou quarto lugar, dependendo da pesquisa. Aquela condição fez um dirigente pepista resumir o impasse daquela tentativa de aliança.
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— Nós temos a candidata, eles têm o dinheiro.
O impasse não foi superado, Colombo conseguiu na última hora trazer PMDB e PSDB para sua candidatura. Isolada, Angela foi derrotada em primeiro turno. Eleito, Colombo tratou de reatar laços com setores do PP – incorporado informalmente à base governista.
Pela costura que envolvia Gelson Merisio e Joares Ponticelli (PP), os pepistas seriam incluídos na aliança em 2014 no lugar do PSDB – efeito da migração dos demistas para o PSD e a base da então presidente Dilma Rousseff (PT). Na última hora, prevaleceu o veto do PMDB ao PP, que precisou buscar abrigo na chapa do tucano Paulo Bauer (PSDB). Colombo mais uma vez venceu em primeiro turno.
Para impedir que essa história de alianças frustradas se repita, o PP inovou na estratégia este ano. Aprovou ainda em agosto, em convenção, a intenção de coligar com o PSD. Uma espécie de atrelamento prévio à pré-candidatura de Merisio. Nome natural do partido para a disputa de 2018, o ex-governador Esperidião Amin foi contra a estratégia capitaneada pelo presidente da Alesc, Silvio Dreveck, e Ponticelli. Para evitar um racha no partido, acertou-se uma divisão de mandato entre Amin e Dreveck, que assumiria após deixar o comando do parlamento, em fevereiro.
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Diante do fogo amigo que Merisio enfrenta no próprio PSD – a tabelinha Júlio Garcia/João Rodrigues e o morde-assopra de Colombo em relação ao projeto – Amin decidiu colocar-se com mais força no jogo. Defende que o PP tenha pré-candidato também e coloca seu próprio nome à disposição. Argumenta que o desejo expresso em convenção de estar junto com o PSD não obteve uma resposta a altura – no máximo uns tapinhas nas costas dados por Merisio.
— Fiz tudo para não rachar o partido em agosto. Mas em março, se for necessário, vamos rachar. Duvido que a maior parte do partido não queira candidatura própria.
Contra Amin, pesam duas famas: a de ser bom apenas na largada da eleição e a de ter um teto eleitoral baixo. Para a primeira, beneficiaria-se da curta campanha prevista para 2018, apenas 40 dias. Sobre agregar, poderia ter adesão do eleitor de esquerda se o adversário for do PMDB ou PSDB. Ou seja, assim como em 2010, o PP tem um candidato. Terá o que complementava a frase daquele antigo dirigente?