A pandemia do coronavírus vai impedir os festejos oficiais e organizados do Carnaval, mas não impede que o mundo político comece a colocar os blocos na rua de olho nas eleições de 2022. Os movimentos nacionais e estaduais estão em curso e cada vez mais perceptíveis – chegou o momento em que não basta apenas jogar, é necessário ser visto jogando.

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Por isso, os movimentos começam a ficar mais nítidos. Por enquanto, há uma penca de interessados na sucessão do governador Carlos Moisés (PSL) no comando do Estado. Em outras épocas, era possível dizer com quase certeza que essa dezena de nomes afunilaria naturalmente em função das composições partidárias, coligações mais densas. As eleições municipais de 2020 mostraram que talvez o excesso de candidaturas – foram 15 em Joinville, por exemplo – seja o novo normal. É também consequência de uma clara entressafra de lideranças fortes no Estado. Não há candidatos naturais, não há grandes favoritos de antemão.

Por isso, é momento de mostrar força de construção. Reeleito em primeiro turno, o prefeito florianopolitano Gean Loureiro (DEM) tentar encorpar o DEM. O partido ainda é pequeno no Estado e aposta em filiações de franco atiradores como os deputados estaduais Kennedy Nunes (PSD) e Ricardo Alba (PSL) para ganhar visibilidade. Outros devem vir. Gean mira o apoio do PSD, que neste momento está atordoado pela situação do deputado estadual Júlio Garcia (PSD), afastado do mandato pela juíza federal Janaína Cassol em função da Operação Alcatraz. 

É de Júlio que se espera a alquimia que cria robustas coligações e produz candidatos favoritos. Com ele no corner, o prefeito de Florianópolis tenta se mostrar mais viável que os pessedistas possíveis – Milton Hobus, Napoleão Bernardes, Raimundo Colombo – e assim torna-se a opção. Mas há sérias resistências a essa composição.

O senador Jorginho Mello (PL) também se mostra para o jogo da sucessão. Em seu caso, isso pela para construção da aliança com as lideranças bolsonaristas do Estado. Se for o candidato oficial do presidente Jair Bolsonaro, deve estar no segundo turno. Trabalha para isso, mas o desempenho frágil do partido nas grandes cidades em 2020 afastou aliados nos partidos tradicionais.

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Maior partido do Estado, o MDB tem o senador Dário Berger como nome eleitoral de proa, mas (como sempre) ele tem dificuldade de convencer os correligionários dessa condição. Há simpatia em diversos grupos por uma construção envolvendo o prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli (MDB), como candidato do Norte do Estado. Berger e Lunelli almoçaram durante a semana em Florianópolis.

Por fim, temos Moisés e Gelson Merisio (PSDB), nomes óbvios por terem feito o segundo turno da disputa de 2018. O governador viu o pior da crise política passar, entrou em acordo com ex-algozes, abriu o governo. Espera colher os resultados de um governo sem crise, mas ainda não conquistou uma torcida. Merisio deixou o PSD cansado dos confrontos com Júlio Garcia e Colombo, mas ainda tenta se encontrar como tucano. Se movimenta para ser candidato novamente, mas ainda de forma discreta.

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