Ainda faltam quase três semanas para o fim do prazo para filiações, trocas de partidos e renúncias de prefeitos que queiram disputar as eleições de outubro, mas o cenário parece ter sido controlado pelo caciques e estruturas partidárias em Santa Catarina. Por enquanto, a política tradicional vai vencendo as surpresas.

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Depois de algumas turbulências, a geografia pré-eleitoral voltou para o cenário que tínhamos na metade do ano passado. De um lado, estão PSD, PP e PSB, entre outros, acoplados ao projeto do deputado estadual Gelson Merisio (PSD). Alguns pessedistas, a contragosto. Outros, explicitamente contrariados. Mas esse é o barco que navega. Aos poucos, o governador licenciado Raimundo Colombo (PSD) tenta assumir o controle da embarcação, mas sabendo que há pouca margem para alterar a rota.

No campo oposto, está o PMDB e sua disposição de voltar a ter candidatura própria a governador depois de duas eleições apoiando Colombo. Uma espécie de acordo discreto e não verbalizado, o governador Eduardo Pinho Moreira e o deputado federal Mauro Mariani, ambos pré-candidatos, garantiu que esta candidatura jeito e cara de PMDB. Um dos dois será o nome do partido – o prefeito joinvilense Udo Döhler sentiu o cheiro de acordo e por isso está tirando o time de campo.

Fragmentando-se a atual aliança governista, vão restar poucas variáveis para a campanha eleitoral. A principal, é o PSDB. O presidente estadual do partido, Marcos Vieira, é fiador da candidatura própria, mesmo que seja em chapa pura. O senador Paulo Bauer e o prefeito blumenauense Napoleão Bernardes mostram disposição para encarar chapas majoritário. Último candidato a novidade, Napoleão deve renunciar até dia 7, mas não anunciou a decisão. A dúvida que fica é se o presidenciável Geraldo Alckmin – também presidente nacional da sigla – vai deixar os tucanos locais aventurarem-se em chapa pura ou vai entrar em campo para fortalecer o palanque no Estado – escolhendo PMDB ou o bloco PSD/PP/PSB.

Fora disso, as esquerdas teriam o PT apostando no desembargador aposentado Lédio Rosa de Andrade – que ainda não aceitou o convite – ou o deputado federal Décio Lima. O PSOL escolheu o jornalista Leonel Camasão para a disputa, mas está de olho mesmo é em fazer cadeiras no Legislativo.

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À direita, o PSL de Jair Bolsonaro sondou deputados federais para armar um palanque local, mas eles não tiveram coragem de abandonar os partidos já estabelecidos. Em vídeo, o presidenciável anunciou o vereador tubaronense Lucas Esmeraldino como pré-candidato ao Senado. Pouco para mexer no quadro. Fica a expectativa pela entrada do espalhafatoso empresário Luciano Hang na disputa. Talvez seja a última margem de surpresa nos cenários em construção para outubro. É assim que as águas de março vão fechando o ciclo pré-eleitoral. As promessas, vem depois.