Maior partido do Estado, o MDB sofreu um baque nas urnas este ano. O inédito terceiro lugar de Mauro Mariani na disputa pelo governo, a decisão de não ter candidato próprio ao Senado, a substancial redução de votação na disputa pela Câmara dos Deputados e pela Assembleia Legislativa, os resultados ruins de lideranças que se apresentavam como padrinhos de candidaturas, tudo isso com a máquina do governo nas mãos do partido. Essa é parte da lista de questionamentos na mesa em que os emedebistas discutem o futuro do partido no Estado.

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Na terça-feira, uma reunião de forte peso político foi realizada na Assembleia Legislativa – no tradicional almoço da bancada, com as presenças adicionais do governador Eduardo Pinho Moreira e dos prefeitos Gean Loureiro de Florianópolis, e Udo Döhler, de Joinville. Pela primeira vez, Pinho Moreira manifestou a vontade de retornar à presidência estadual do partido. Recebeu na hora o apoio de Döhler.

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Pinho Moreira comandou o partido em boa parte dos governos Luiz Henrique da Silveira (MDB) e Raimundo Colombo (PSD), como vice-governador em três dos quatro mandatos da dupla. Uma verdadeira era de ouro do (P)MDB em termos eleitorais, consolidando o partido como o maior do Estado. Se for candidato, dificilmente haverá disputa.

Até agora, quem mais se movimentou pelo cargo foi o deputado federal eleito Carlos Chiodini – aliado de Mariani, atual presidente estadual da sigla. Mariani saiu desgastado da eleição e chegou a dizer que voltaria à vida empresarial. Nos bastidores, tem dito que não é bem assim. Chiodini seria um nome de renovação, uma tentativa de adequar o MDB aos novos tempos da política, mas também é visto como uma continuidade do atual presidente – de quem herdou o espaço como deputado federal.

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Após o primeiro turno, os emedebistas acordaram com uma forte ressaca e uma mensagem de whatsapp do ex-governador e presidente de honra do partido, Casildo Maldaner, conclamando o partido a levantar a cabeça e se preparar para as eleições municipais. Tem base para se recuperar.

Embora o partido tenha perdido cerca de 274 mil votos para deputado federal e 180 mil para deputado estadual entre 2014 e 2018, conseguiu manter o mesmo número de eleitos na Assembleia – nove parlamentares, a maior bancada. Conta com isso e com as sinalizações de proximidade que o governador eleito Carlos Moisés da Silva (PSL) tem enviado. O maior deles tem sido a relação próxima com Pinho Moreira na sucessão – o que talvez justifique esse retorno do comandante emedebista à presidência emedebista.