A melhor forma de manter um segredo é guardá-lo para si. O governador em exercício Eduardo Pinho Moreira (PMDB) usou essa fórmula para garantir impacto no anúncio de desativação de 15 agências regionais, feito na quarta-feira. Apenas assessores muito próximos sabiam de antemão da medida, para evitar vazamentos.

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A surpresa foi grande entre os parlamentares do PMDB na Assembleia Legislativa. Na véspera do anúncio, terça-feira, Pinho Moreira almoçou com a bancada e antecipou apenas que faria cortes na máquina e que seriam duros. Assim que anunciou que o principal alvo da tesoura eram as ex-dogmáticas SDRs, os telefones dos gabinetes dos deputados não pararam de tocar – a maior parte das indicações para cargos comissionados nas estruturas são dos parlamentares aliados.

Tivesse antecipado a medida, Pinho Moreira sofreria com a reação para não mexer nas estruturas. São 185 cargos a menos às vésperas da eleição. Da forma que fez, o governador em exercício apresentou um fato consumado. Houve reclamações sobre o efeito surpresa, mas é verdade que se tivesse dito aos parlamentares, a medida teria vazado – diminuindo o impacto da divulgação.

Da bancada do PMDB, os mais prejudicados com cortes de regionais em suas bases foram Aldo Schneider – presidente da Alesc -, Mauro de Nadal e Valdir Cobalchini. Devem ser recompensados com espaços nas regionais que abrigaram as desativadas, especialmente posições atualmente ocupadas pelo PSD.

Apesar do susto, Pinho Moreira não deve enfrentar dificuldades com a bancada. Ontem, selou a escolha de Cobalchini para ser o novo líder do governo. Até terça, o governador em exercício sinalizava que poderia indicar um nome de outro partido, mas acabou optando pela solução peemedebista.

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