Eleita senadora com surpreendentes 1,05 milhão de votos em 2002, ninguém encarnou mais a cara do PT catarinense do que Ideli Salvatti. Ao longo de seus oito anos de mandato e outros quatro anos e meio como ministra de diversas pastas, ela representou os governos de Lula e Dilma Rousseff em Santa Catarina – com seus ônus e bônus. Agora, passados 16 anos da eleição que a consagrou, ela deve entrar na disputa para voltar ao Senado.
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Os movimentos são discretos, mas a pré-candidatura tem tudo para ser confirmada amanhã (28), em reunião do PT catarinense em Florianópolis para encaminhar o fechamento da chapa majoritária. Já estão certos os nomes do deputado federal Décio Lima como candidato a governador e do desembargador aposentado Lédio Rosa em uma das vagas ao Senado. Nos bastidores petistas, a chance de Ideli ocupar a outra posição é estimada em 90%. A ex-senadora é breve ao responder se vai concorrer novamente:
— Quem decide isso se chama Partido dos Trabalhadores. Conhece o partido? Eu coloquei meu nome para o debate interno e estou aguardando a decisão partidária.
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VÍDEO: confira o Cabeça de Político com Décio Lima e com Lédio Rosa
A volta de Ideli encorpa a chapa do partido e mostra o tom que os petistas devem levar para campanha eleitoral. Desde que voltou ao Brasil após deixar o cargo que ocupava na diretoria da OEA em Washington, em outubro do ano passado, a ex-senadora tem se colocado na linha de frente da reação petista à prisão de Lula. Na chapa, reforça o lulismo do palanque – além de trazer a defesa dos legados dos anos do PT no poder, especialmente obras em Santa Catarina.
Este legado até hoje não convenceu o eleitorado catarinense a dar uma chance ao partido, mas pode aglutinar a militância de esquerda que estava dispersa até o impeachment de Dilma. Em uma eleição com dois votos como é a do Senado, ter um eleitorado cativo e mobilizado pode ajudar Ideli a encarar uma disputa que pode ter como ultrafavoritos os ex-governadores Raimundo Colombo (PSD) e Esperidião Amin (PP). Ou seja, a ex-senadora entra no jogo para tentar surpreender de novo. Boa de briga, mesmo os adversários e desafetos reconhecem que ela é.
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