É possível dizer sem medo de errar que raras vezes na história política catarinense o quadro partidário esteve tão nebuloso e ao mesmo tempo tão pouco relevante. Até cinco anos atrás, as definições das cinco maiores legendas do Estado eram suficientes para ditar os rumos políticos e eleitorais. Hoje, todos as siglas vivem algum grau de incerteza.

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Maior partido do Estado, o MDB ainda busca quem o lidere após ter ficado em terceiro lugar na disputa pelo governo estadual com Mauro Mariani, atual presidente. Nome consensual, o senador Dário Berger calou-se. A bancada estadual aponta o novato Fernando Krelling – que muitos entendem como cortina de fumaça para o retorno do ex-governador Eduardo Pinho Moreira. Há Valdir Cobalchini, Celso Maldaner, Carlos Chiodini. Qualquer um que assuma herda a missão de impedir que o partido encolha nas eleições municipais a partir do desgaste nacional que culminou na prisão do ex-presidente Michel Temer.

O PSD vive o divórcio entre as duas lideranças que deram as cartas no partido na última década: o ex-governador Raimundo Colombo e o ex-deputado estadual Gelson Merisio, segundo colocado na disputa pelo governo. Presidente nacional, Gilberto Kassab optou por Colombo.

Com isso, Merisio deve procurar outro rumo para suas ambições. O destino pode ser um partido quase vazio e com pouca história, como o PRB, ou o tradicionalíssimo PP do senador Esperidião Amin. A relação entre eles se aprofundou na campanha eleitoral e a relação do ainda pessedista com a base do partido sempre foi boa.

O PSDB também discute internamente quem deve liderá-lo e ainda cura as feridas causadas pela desfiliação do ex-prefeito blumenauense Napoleão Bernardes. O PT tenta renascer a partir do Oeste, após ser dizimado nas demais regiões. O PSB de Paulo Bornhausen, em colisão com a direção nacional, estuda a mudança de imóvel. O DEM, extinto em SC em 2011, tenta renascer com o ex-deputado federal João Paulo Kleinübing e o prefeito chapecoense Luciano Buligon, ainda sem partido.

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Até o PSL, mais do que vitorioso na última eleição, enfrenta um clima de confronto permanente entre a ala do secretário estadual Lucas Esmeraldino e a maior parte dos deputados federais eleitos pelo controle dos destinos da sigla. A única sigla de peso que parece estar vivendo dias tranquilos é o PR do senador Jorginho Mello.