Historicamente carente em investimentos federais em infraestrutura, Santa Catarina conquistou duas importantes posições no Legislativo para pressionar pela mudança desse cenário. Na quinta-feira, o deputado federal Carlos Chiodini (MDB) foi eleito na quinta-feira para comandar a Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.

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Ele se soma ao senador Dário Berger (MDB), que no final de fevereiro assumiu a presidência da Comissão de Serviços de Infraestrutura no Senado, posto análogo ao ocupado a partir de agora por Chiodini. O deputado federal sabe da importância do espaço para viabilizar maior velocidade na execução das obras federais no Estado e apresenta suas prioridades.

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– A infraestrutura é um dos principais gargalos do nosso país e sabemos que é essencial para o desenvolvimento socioeconômico. Não faltam obras para serem executadas, vamos cobrar e viabilizar a duplicação da BR-280 e BR-470, são BRs importantes de Santa Catarina, obras urgentes e tão esperadas pela nossa população e que vou trabalhar muito para que definitivamente tenham andamento – afirmou Chiodini.

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O parlamentar é o único entre os 16 deputados federais de Santa Catarina a presidir uma comissão temática na Câmara. Vai poder alinhar as ações com Dário Berger no Senado, titular da Comissão de Serviços de Infraestrutura. Curiosamente, no MDB estadual eles estão em campos diferentes. Na prévia marcada para agosto para escolher o pré-candidato a governador do partido em 2022, Dário é candidato e Chiodini apoia o prefeito Antídio Lunelli, de Jaraguá do Sul. No Congresso, no entanto, devem trabalhar afinados.

– É uma grata coincidência que estejamos ocupado essas posições ao mesmo tempo e isso vai exigir que façamos um trabalho em conjunto. Essa pauta é uma das mais represadas e cobradas pela sociedade catarinense, especialmente quando se constata a desconexão entre os recursos que são enviados por Santa Catarina para o governo federal e o que se recebe de volta – diz Chiodini.

Um dos maiores desafios é orçamentário. Segundo o deputado, os valores previstos para obras de infraestrutura no Estado na próxima peça orçamentária estão no patamar de 2018 e em casos como as obras das BRs 280 e 470 “mal cobrem a atualização financeira dos contratos”. Essa situação tem sido contornada como o aporte de emendas impositivas dos parlamentares catarinenses. É o caso das emendas de Dário e Esperidião Amin (Progressistas) de R$ 123 milhões para a BR-153 e de R$ 100 milhões para a BR-470, aprovadas na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado e ainda esperando a chancela no Orçamento.

Além disso, o governador Carlos Moisés (PSL) também oferece recursos do caixa do Estado para avançar obras nas mesmas BRs beneficiadas pela emenda parlamentar – proposta levada pessoalmente por ele ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Chiodini estava presente no encontro, que reuniu a bancada federal catarinense. O emedebista diz que é preciso cobrar o governo federal.

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– É uma inversão de valores, a banana comendo o macaco. Não é que o governador esteja errado, mas não é justo. O ente federal é o que mais concentra recursos – diz Chiodini. 

Além das pressão sobre as histórias duplicações no Vale e no Norte do Estado, Chiodini também quer usar o posto para discutir temas como a concessão dos portos catarinenses, especialmente a situação de Itajaí – que tem a única concessão municipal no setor e espera mantê-la. 

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