A popularidade do prefeito Clésio Salvaro (PSDB) entre os eleitores de Criciúma parece não ser afetada pelas mudanças profundas no cenário político brasileiro da última década. É isso que indica o levantamento do Instituto Paraná de Pesquisas, contratado pela NSC Comunicação, que aponta amplo favoritismo do tucano na disputa pela prefeitura da maior cidade do Sul catarinense.
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Clésio Salvaro aparece com 64,6% das intenções de voto segundo o instituto. A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 15 de outubro, já pegando os efeitos da primeira semana do horário eleitoral gratuito. A exposição no rádio e na televisão, além da campanha de rua e internet, não foi suficiente – até agora – para que outra candidatura se sobressaísse como adversário direto do atual prefeito.
Assim, todos os outros seis candidatos aparecem em um inusitado empate técnico, considerando a margem de erro de quatro pontos percentuais – ou seja, nenhum deles chegou aos dois dígitos de intenção de voto. Numericamente, Anibal Dário (MDB) é o segundo colocado com 5,7%, enquanto Júlia Zanatta (PL) tem 4,1% e Cosme Manique Barreto (Podemos) apresenta 3,8%. À esquerda, estão colados Francisco Balthazar (PT) com 3,6% e Rodrigo Minotto (PDT) com 2,8%, seguidos por Ederson da Silva (PSTU) com 0,7%.
Os demais números da pesquisa dão menos alento ainda aos adversários do atual prefeito. Representantes da polarização política nacional expressa no segundo turno das eleições de 2018, a bolsonarista Júlia Zanatta e o petista Francisco Balthazar lideram a rejeição: 34,9% e 34,8% dos eleitores pesquisados dizem que não votariam neles. A rejeição de Clésio é 14,1%. A aprovação da gestão do tucano soma 67,2% de ótimo e bom e é ligeiramente maior quando o questionamento é específico sobre o combate à pandemia: 69,2%.
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Os números do Paraná Pesquisas apontam Clésio Salvaro como uma rara liderança consolidada entre seus eleitores mesmo em meio à onda de mudanças e de aversão à política tradicional que vive o país. Há quatro anos, o tucano foi eleito com 75,8% dos votos em Criciúma. Percentual semelhante havia alcançado nas eleições de 2012, quando ficou em primeiro lugar, mas não conseguiu assumir o cargo porque foi considerado inelegível – estava enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Nada que abalasse seu prestígio, porque meses depois ajudou a eleger o então vice Márcio Búrigo com 73% dos votos.
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Assim, tanto os números da nova pesquisa Paraná quanto o histórico das eleições anteriores mostram que apenas um fato novo tira a reeleição de Clésio Salvaro. Nos últimos dias, Júlia Zanatta tem apresentado um vídeo gravado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para desejar boa sorte à candidatura dela. Seria a peça que faltava para atrelar a candidatura ao presidente, algo que está no centro da campanha. A estratégia não é aleatória: Bolsonaro recebeu 81,9% dos votos de Criciúma em 2018. Por enquanto, no entanto, ainda não conseguiu ser antídoto à popularidade local de Clésio.