Vetor da onda conservadora nas eleições do ano passado, o PSL vive dilemas de partido grande, médio e pequeno ao mesmo tempo. É natural que seja, considerando que saiu da irrelevância eleitoral completa para a condição de dono das maiores bancadas federais e estaduais, além de ter elegido o próprio governador Carlos Moisés, em um espaço de meses.
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Nesse contexto, a construção da candidatura do partido em Florianópolis é uma das questões mais emblemáticas desses dilemas. Isso acontece não só porque se trata da capital do Estado, mas também porque a Onda 17 não gerou eleitos na cidade. Em Joinville, o partido tem o deputado federal Coronel Armando e o deputado estadual Sargento Lima; em Blumenau, o estadual Ricardo Alba; em Chapecó, a federal Caroline de Toni; em Criciúma, o federal Daniel Freitas e o estadual Jessé Lopes. Diferentemente de Florianópolis, onde os pesselistas bateram na trave.
Em maior ou menor grau, essas lideranças vão protagonizar ou balizar a disputa em suas bases. Enquanto isso, na Capital há um espaço vago a ser disputado internamente por lideranças do partido. Nesse sentido, é possível perceber as movimentações do governador Carlos Moisés e dos secretários Douglas Borba, da Casa Civil, e Lucas Esmeraldino, do Desenvolvimento Econômico (e presidente estadual da sigla) para articularem a escolha por cima dos pesselistas de Florianópolis.
O trio palaciano vive um momento de harmonia. Moisés governa e com isso se torna a liderança natural do PSL catarinense, apesar de alguns mais bolsonaristas reclamarem do perfil moderado. Foi essa liderança que gerou uma espécie de cessar fogo entre os grupos liderados por Esmeraldino e a turma do deputados federais Caroline, Armando e Freitas.
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Na questão de Florianópolis, há digitais do trio palaciano em três fortes sondagens. Moisés quer o comandante-geral Araújo Gomes na disputa. Borba sondou Pedrão (PP), o vereador mais votado da história do Estado na eleição passada. Esmeraldino fez o mesmo com o deputado federal Hélio Costa (PRB), o mais votado em SC e na cidade em 2018.
Em meio a esses cenários, os pesselistas da Capital mostram descontentamento por estarem alheios às discussões. Os militantes originais, do tempo em que tudo era uma ideia na cabeça e um telefone celular com WhatsApp na mão, vivem a desconfortável iminência de serem substituídos por nomes importados.