O PSL catarinense ainda vive a lua de mel pelo resultado impressionante que conquistou nas urnas em outubro. É natural. A partir de janeiro, o partido passa de pedra a vidraça, de franco-atirador a alvo. Todos eles sabem disso, o governador eleito Carlos Moisés da Silva, o presidente estadual Lucas Esmeraldino, os quatro deputados federais e os seis deputados estaduais eleitos.

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Boa parte dessa turma vitoriosa estava reunida no sábado para uma confraternização que teve como anfitrião o deputado federal eleito Daniel Freitas. Envolvidos em outros compromissos, apenas três integrantes das futuras bancadas do partido não puderam comparecer ao encontro – que contou também com a vice-governadora eleita Daniela Reinehr. Um dos momentos do encontro, registrado nas redes sociais, tinha Freitas entoando o refrão da canção “Pescador de Ilusões”, da banda O Rappa, acompanhado por outros pesselistas e pelo próprio governador eleito Carlos Moisés. O refrão repete a expressão “valeu a pena”, dando o tom do sentimento de um grupo que encarou uma missão impossível e venceu. Eles merecem essa lua de mel.

Fora do microfone, é óbvio que a política e a formação do governo Moisés entrou em discussão. O governador eleito pediu aos parlamentares que levem a suas bases uma mensagem tranquilizadora em relação à composição da gestão. O encontro com os governadores eleitos Ratinho Junior (PSC, do Paraná) e Eduardo Leite (PSDB, do Rio Grande do Sul), semana passada, fez Moisés se sentir tranquilo em relação ao tempo – eles também ainda não avançaram muito na composição de suas equipes.

Há uma expectativa, inclusive no próprio PSL, de que o governador eleito anuncie primeiro os nomes da área de segurança pública – caso do único nome já indicado, o futuro delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Koerich. Coronel da reserva do Corpo de Bombeiros, Moisés tem maior trânsito e intimidade no tema e sente menor necessidade de completar esse mergulho na máquina administrativa.

Foi justamente esse período de imersão que fez Moisés abrir mão de um curso de gestão pública que foi oferecido aos governadores eleitos em Oxford, na Inglaterra, em promoção da Fundação Lemann. Nove futuros governantes atenderam ao chamado, entre eles Ronaldo Caiado (DEM, Goiás), Paulo Câmara (PSB, Pernambuco) e o gaúcho Eduardo Leite. O evento começou ontem, dura uma semana e tem como um de seus focos aprimorar mecanismos de seleção para cargos de segundo e terceiro escalão.

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Para Moisés, a prioridade neste momento é analisar o Estado e planejar a estrutura administrativa. O governador eleito disse, através da assessoria, que vai verificar a possibilidade de participar do curso em Oxford em um momento posterior. A permanência de Moisés indica que teremos uma semana de definições sobre o futuro governo.