Preste atenção à entrevista concedida pelo vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) ao repórter Victor Pereira, publicada no caderno Nós, dos jornais da NSC Comunicação, neste final de semana. É assim que fala um pré-candidato a governador.
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O peemedebista deixa claro que em seu breve mandato à frente do Estado, a partir da licença no dia 16 de fevereiro e posterior renúncia em abril do governador Raimundo Colombo (PSD), vai governar com um olho na máquina e outro em todos os holofotes que o cargo possa proporcionar.
A entrevista é permeada por elogios agridoces a Colombo e seu estilo de governo. Deixa claro que terá posturas diferentes, às vezes opostas, em alguns pontos. Garantiu que fará o gasto de 14% do orçamento em saúde este ano, que será objeto de questionamento judicial do governo do atual titular – a Constituição Federal determina 12% e faltaram R$ 60 milhões para alcançar os 13% que a regra catarinense determinava para 2017. Prometeu medidas de impacto na Segurança Pública logo nos primeiros dias com a caneta na mão. Nessa área, o peemedebista promove uma mudança completa de cúpula – nomes, estilos e prioridades.
Na conversa, manda recados suprapartidários. Ao PSD, que Colombo deveria tirar de Gelson Merisio (PSD), outro pré-candidato que fala como pré-candidato, a condução processo eleitoral do partido. Ao PSDB, que o apoio a Geraldo Alckmin na eleição presidencial só virá se o partido apoiar os peemedebistas. Ao próprio partido, que Mauro Mariani é o pré-candidato que “está colocado” e que a vez do prefeito joinvilense Udo Döhler passou lá por outubro ou novembro.
Na sexta-feira, Pinho Moreira recebe a caneta de governador e será possível descobrir as consequências de seu empoderamento. É bom continuar prestando atenção.
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