Perdoe o trocadilho, mas uma das principais novidades nas eleições municipais em 2020 será a presença do Novo na disputa pelas principais prefeituras catarinenses. A legenda liberal estreou nas urnas do Estado ano passado quando surpreendeu e conseguiu eleger um deputado federal, Gilson Marques. A dúvida é quanto o partido pode surpreender ano que vem.
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Há algo inegável em relação ao Novo: ele é diferente. Neste momento, enquanto os demais partidos articulam composições, testam nomes junto à sociedade, fortalecem seus quadros principais para a disputa, o partido do presidenciável João Amoêdo tenta vencer uma regra interna para garantir candidaturas a prefeito e vereador ano que vem: o Novo só terá candidatos nas cidades em que tiver pelo menos 150 filiados.
A ideia é constituir diretórios permanentes e não se basear em comissões provisórias, como costumam fazer os partidos em expansão. A lógica é a de que os filiados sustentam o partido com suas contribuições mensais de R$ 30 e que não vale a pena estar em cidades onde o partido não consiga se manter sozinho — a legenda abre mão de utilizar fundo partidário.
A expectativa do presidente estadual da sigla, Eduardo Ribeiro, é de que o Novo dispute as eleições em 11 cidades catarinenses. Garantidas até agora, Florianópolis, Joinville e Blumenau. Nas demais, como Palhoça e Criciúma, ainda faltam filiações. A presença nos três maiores colégios eleitorais deve ser observada por causa do bom desempenho de Amoêdo ano passado.
Quarto colocado no Estado com 4% dos votos, ele teve desempenho ligeiramente melhor na Capital e em Joinville. Em Blumenau foi o terceiro, com 6,5%, à frente de Ciro Gomes (PDT) e muito próximo de Fernando Haddad (PT). Há uma raia eleitoral para o partido percorrer — se ainda não para vencer eleições para prefeito, pelo menos ocupar cadeiras de vereador.
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Os nomes ainda não estão nos holofotes. O Novo promove uma seleção interna para escolha dos candidatos e ela está em andamento nas três cidades. São nomes de fora da política, garante Ribeiro. Em Blumenau, participam do processo o empresário Anselmo Medeiros e o advogado Dante Arend. Na Capital há dois inscritos e um em Joinville, todos da classe empresarial. Pediram sigilo, diz o dirigente.
— Não estamos procurando bons candidatos, estamos procurando bons prefeitos. A marca a gente faz, é o Novo — diz Ribeiro.