São poucos por enquanto, mas existem paralelos interessantes entre os momentos políticos nacional e a estadual. O presidente Jair Bolsonaro e o governador Carlos Moisés chegaram ao poder com o mesmo número, 17, e a mesma promessa de mudar a forma de fazer política. O primeiro era conhecido, mito para uns, fascista para outros. O segundo, uma incógnita.

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Bolsonaro e Moisés têm reformas em sua pauta prioritária para o começo de mandato. Em Brasília, já está na Câmara dos Deputados a polêmica reforma previdenciária. Em Florianópolis, Moisés leva pessoalmente à Assembleia Legislativa nesta segunda-feira a proposta de reforma administrativa – uma ampla e profunda mexida na máquina do Poder Executivo que gera curiosidade desde que o governador indicou uma comissão liderada pelo professor Luiz Felipe Ferreira para tratar do tema ainda antes da posse.

Sobre Bolsonaro e Moisés – e sobre seus articuladores políticos, por tabela – recaem dúvidas sobre a capacidade de ambos em conseguir aprovar suas reformas junto aos parlamentos. Até agora nem o presidente e nem o governador conseguiram montar bases de apoio confiáveis – que se costuma chama de base governista. Em Santa Catarina, a estratégia do governo Moisés é apresentar-se como suprapartidário e chamar de velha política a dívida entre situação e oposição no parlamento. Por enquanto, dialoga com todos os 40 deputados.

Em Brasília, Bolsonaro reluta entre a comunicação direta com o eleitor via redes sociais e uma tímida distribuição de cargos entre os deputados que apoiam – ou querem apoiar – governo. As listas do que o governo tem a oferecer circulam no Congresso, mas não entusiasmam os parlamentares.

Por fim, nesse paralelo, temos Rodrigo Maia (DEM) e Júlio Garcia (PSD) – presidentes da Câmara e da Alesc, respectivamente. Ambos se apresentam como contrapontos políticos ao presidente e ao governador, embora não façam exatamente oposição. Tentam mostrar que sabem fazer política – boa, má, velha ou nova, escolha seu adjetivo – e que ela será necessária. Na semana que passou, Maia levantou o tom, como Júlio já havia feito. Faz parte do show.

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