A semana que passou foi marcada por rumores de que uma bomba estava para explodir na política catarinense. Um fato com capacidade de alterar os rumos as eleições para o governo estadual e a composição da alianças. Logo, especulações de todos os tipos ganharam os bastidores – até mesmo a deflagração de uma fase da Operação Lava Jato em Santa Catarina foi dada como certa.
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Na quinta-feira, revelei no NSC Total que a tal bomba era a autorização dada pelo ministro Edson Fachin para que se investigasse o suposto pagamento de R$ 11,5 milhões em caixa 2 para a campanha do senador Paulo Bauer (PSDB) ao governo do Estado em 2014. Um despacho de três páginas para atender do pedido do Ministério Público Federal para apurar a fala do delator Nelson José de Mello, ex-executivo da Hypermarcas.
Para quem esperava por uma mobilização de policiais federais, prisões e conduções coercitivas, pode ter parecido pouco a simples abertura de uma investigação por caixa 2. É, mas também não é. Por ter disputado a última eleição, Bauer aparece com boas condições de largadas nas pesquisas internas realizadas pelos partidos. Além disso, é um dos nomes que podem reunir em torno de si uma ampla aliança. No cenário atual, apenas ele e o prefeito joinvilense Udo Döhler (PMDB) tem o perfil necessário para construção de uma coligação que reúna três dos cinco grandes partidos do Estado.
Agora, o tucano terá que passar pelo constrangimento de responder às falas de um delator. Embora ainda não haja inquérito ou denúncia, o desgaste político está colocado e dificulta a possibilidade de que Bauer agregue os demais partidos – sua principal vantagem em relação a nomes como Esperidião Amin (PP) ou Gelson Merisio (PSD), que podem ocupar o mesmo espectro político.
Ao defender Bauer, o PSDB catarinense disse confiar no senador e ser a favor das investigações. Por fim, a nota assinada pelo presidente Marcos Vieira, diz que está “inalterado o propósito de ter candidato do PSDB ao governo”. A posição dos tucanos de manter uma candidatura mesmo que o nome não seja o do senador pode ter papel fundamental na consolidação dos cenários políticos do Estado. Pode ser a senha para uma eleição sem mega-alianças.
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