Um pré-candidato a governador preso e o outro questionado internamente. O governador denunciado pela Procuradoria Geral da República no Superior Tribunal de Justiça. Um importante grupo do partido articulando a saída para outra legenda. Rumores de intervenção nacional. Ninguém pode negar que o começo de 2018 do PSD catarinense não está sendo dos mais pacíficos.
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São visíveis os focos de incêndio em diversos pontos da floresta pessedista. Agora, os bombeiros devem começar a atuar. Semana passada, o deputado federal João Rodrigues recebeu diversas lideranças do partido em Porto Alegre, onde cumpre a pena desde fevereiro pelo polêmico caso da retroescavadeira pinhalense. Estiveram lá o governador licenciado Raimundo Colombo, o deputado federal João Paulo Kleinübing, o ex-conselheiro Júlio Garcia (ainda não filiado) e o deputado estadual Gelson Merisio – com quem disputava internamente a pré-candidatura ao governo.
A prisão de Rodrigues revoltou sua ampla base de prefeitos, vices e vereadores, que questionam Merisio. Os sinais que vêm de Porto Alegre são de que o deputado federal quer ajudar a controlar as chamas. A expectativa é de que até semana que vem seja concretizada a transferência para Brasília e, logo em seguida, possa retornar à Câmara na desconfortável condição de preso de regime semiaberto – mas podendo usar seu melhor instrumento, o microfone.
Ao seu estilo, Colombo também enviou sinais a Merisio de que deseja uma reaproximação. O governador se sente aliviado com o arquivamento do inquérito que investigava corrupção nas tratativas – abortadas – de venda de ações da Casan. Acha que a denúncia por caixa 2 traz menor abalo. Volta ao circuito político em busca de uma unidade. Acredita, por exemplo, que consegue convencer Kleinübing a não migrar para o DEM e rejeita a possibilidade de articular com Gilberto Kassab uma intervenção. Acenar a Merisio faz parte dessa construção. Quase opostos em estilo de fazer política, os dois pessedistas precisam encontrar uma forma de dividir o protagonismo sem rachar o partido.
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