Normalmente protocolares, os almoços de bancada na Assembleia Legislativa vem ganhando destaque neste período pré-eleitoral – mesmo quando não saem deles grandes novidades ou decisões. Nas últimas semanas, os deputados do PMDB recebeu os pré-candidatos Udo Döhler, Eduardo Pinho Moreira e Mauro Mariani, com conversas que ajudaram a afunilar os rumos do partido em direção aos dois últimos. Ontem, foi a vez do PSD ter um curioso almoço de bancada.
Continua depois da publicidade
Seria o primeiro encontro dos pessedistas após a nota assinada pela bancada endossando a pré-candidatura de Gelson Merisio (PSD). Pelo menos dois dos nove parlamentares da legenda, Ricardo Guidi e Gabriel Ribeiro, reclamaram por não terem sido ouvidos. Inicialmente marcado para o gabinete de Milton Hobus, líder da bancada, o encontro acabou transferido para o apartamento de Merisio – o que não é incomum.
Mais uma vez, Guidi e Ribeiro ficaram de foram. Foram vistos almoçando em um restaurante de shopping no Centro de Florianópolis e dizem que não foram avisados da mudança de endereço. Outra curiosidade é que o ex-deputado Julio Garcia, antagonista do projeto de Merisio, havia anunciado intenção de comparecer ao almoço – ele se filia ao partido no sábado. Deu com a cara na porta do gabinete de Hobus.
Coincidências e desencontros podem ser apenas coincidências e desencontros, mas nesta época todo gesto procura um significado e tudo pode ser bem ou mal-interpretado. Semana passada, quando os três deputados do PMDB que decidiram cancelar de última hora o jantar em Joinville com Udo Döhler temiam que o encontro fosse visto como reação ao almoço com Mariani. O gesto acabou interpretado pelo joinvilense como falta de respaldo.
Em meio a esse cenário, Merisio vai consolidando seu projeto com o argumento de que não existem planos B. Semana passada, foi com o governador licenciado Raimundo Colombo para São Paulo encontrar Gilberto Kassab. Prometeu não criar obstáculo para que o PSD apoie Geraldo Alckmin, como querem o lageano e o paulista. Afirmou, no entanto, que não terá candidato no primeiro turno.
Continua depois da publicidade
Com um arranjo eclético de partidos pré-alinhado, terá o palanque aberto também para Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT) e até Jair Bolsonaro (PSL). Na próxima terça-feira, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, vem a Florianópolis anunciar para que lado vai o partido no Estado. Indicará apoio a Merisio, em nome de uma composição que garanta a viabilidade da eleição do ex-ministro Manoel Dias (PDT) à Câmara dos Deputados.