Durante todos os oito anos da gestão Raimundo Colombo/Eduardo Pinho Moreira, líderes do consórcio PSD-MDB que governou o Estado naquele período, Santa Catarina teve quatro secretários de Administração. E apenas um secretário-adjunto: Nelson Castello Branco Nappi Júnior, um dos 11 presos na Operação Alcatraz, da Polícia Federal.
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Ainda há pouco a dizer sobre a investigação, mas é certo que ela tem tudo para abalar alguns pilares da política catarinense. A perenidade de Nappi na máquina da Administração mostra que havia forte peso político em sua indicação. Exonerado ao início da gestão Carlos Moisés (PSL), ele foi nomeado logo depois, em fevereiro deste ano, para a diretoria de Tecnologia e Informações da Assembleia Legislativa – assim que o deputado estadual Júlio Garcia (PSD) assumiu a presidência.
O presidente da Alesc seria o fiador de Nappi no governo do Estado e responsável pelo abrigo no Legislativo. Ele mesmo, Júlio Garcia, foi também alvo da operação da Polícia Federal, com mandados de busca e apreensão em seus dois domicílios em Florianópolis.
No meio político estadual, rumores sobre a investigação existiam desde 2017. A Administração era considerada um feudo de Júlio Garcia e do MDB, responsável por indicar os quatro secretários da gestão passada – Milton Martini, que abriu e fechou o ciclo, Derly de Anunciação e João Mattos. A investigação da PF abrange o período a partir de 2009, final do governo Luiz Henrique e do período tampão de Leonel Pavan (PSDB), que tiveram José Nei Ascari e Paulo Eli como secretários. Ascari hoje é conselheiro do Tribunal de Contas, ocupando a cadeira que era de Júlio Garcia, e Eli comanda a pasta da Fazenda.
Ainda há muito por saber e por descobrir sobre a Operação Alcatraz. O assunto deve mobilizar a política estadual nos próximos meses. Por enquanto, há um mar de boatos – diversos nomes de peso foram apontados como presos no mar de desinformações do Whatsapp. O fim pouco auspicioso das grandes operações da PF em Santa Catarina – Moeda Verde, Ave de Rapina, Onipresença, Ouvidos Moucos – mostra que um pouco de cautela não faz mal a ninguém.
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