Frequentemente cobrado por viajar pouco pelo Estado, o governador Carlos Moisés (PSL) visitou Criciúma na última sexta-feira bem nos moldes que pretende dar a essas viagens. Uma espécie de show do milhão. Na maior cidade do Sul catarinense, o governador anunciou R$ 30,5 milhões em investimentos para a região.

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Sempre que há a cobrança pela presença de Moisés no interior, a resposta é que ele não quer chegar às cidades com as mãos abanando e apenas para ouvir demandas. Em Criciúma, o governador autorizou a licitação para a revitalização da Rodovia Jorge Lacerda, orçada em R$ 22,5 milhões. Também garantiu R$ 8 milhões para a construção do Centro de Inovação da cidade.

Além do dinheiro para obras, Moisés reuniu em torno de si boa parte das lideranças políticas e empresariais locais. Mesmo o prefeito Clésio Salvaro (PSDB), com quem trocou farpas no início do ano por causa da ameaça feita pelo tucano de romper o contrato com a Casan, estava lá.

Criciúma deve ser palco de uma das principais investidas políticas de Moisés para consolidar o PSL nas eleições municipais ano que vem. A visita dos milhões, sexta-feira, acontece semanas depois da tensão com o deputado estadual Jessé Lopes (PSL), com base na cidade e ausente nos eventos. O governador quer uma candidatura forte do PSL para enfrentar o favoritismo de Clésio Salvaro, que deve disputar a reeleição.

O nome mais forte é o deputado federal Daniel Freitas (PSL), que tem resistido à ideia. Fora do PSL, há personagens da região que mostram-se muito próximos ao governador, como os deputados estaduais Rodrigo Minotto (PDT) e Luiz Fernando Vampiro (MDB). Ambos articularam, inclusive, um encontro de Moisés com o presidente da Associação Empresarial de Criciúma, Moacir Dagostin, e o empresário Edson Gaidzinski Junior, da Eliane. A pauta: conclusão da Rodovia SC-442, que liga Cocal do Sul a Morro da Fumaça.

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Vampiro tem se mostrado, na prática, o verdadeiro líder do governo Moisés na Assembleia. Chamou atenção o discurso que o emedebista fez em um dos eventos do qual Moisés participou, na Unesc, em que disse “ter orgulho desse governador”. Ligado politicamente a Eduardo Pinho Moreira (MDB) e ex-secretário de Raimundo Colombo (PSD), os antecessores de Moisés, ele ressaltou que as obras realizadas pelo atual governo são feitas com recursos do caixa do Estado e que antes eram por financiamentos. Isso, segundo ele, devido à economia de recursos praticada no atual governo.