As duas semanas de recesso na Assembleia Legislativa também foram uma espécie de férias de tensões externas para o governador Carlos Moisés (PSL). Embora só tenha perdido o que podia – e até esperava – perder nas discussões importantes do primeiro semestre, e falo aqui da questão dos duodécimos, foi no parlamento que o governo do PSL encontrou alguma resistência nestes primeiros passos.

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Esse reencontro já será tenso na semana que vem, quando deve ser pautado projeto do deputado estadual Marcos Vieira (PSDB) sobre incentivos fiscais que não foram incluídos no pacote aprovado no final do primeiro semestre. Há apreensão em setores produtivos, que mantém essa pauta acesa – uma pauta importante, considerando que quem acaba pagando a conta é o consumidor. 

O segundo semestre reserva ainda a obrigatória discussão sobre o orçamento do ano que vem, o primeiro elaborado pelo governo Moisés. A disposição do governo é trabalhar com números mais próximos do real – um orçamento mais enxuto e factível. A dúvida é saber como isso será equacionado com discursos evidenciando cortes e fatores como as emendas parlamentares obrigatórias e o orçamento regionalizado.

Além da relação com o governo, a Assembleia também deve ser assunto pelas possíveis mudanças de partido de alguns parlamentares. Há o caso da bancada do PSB, da qual Bruno Souza já se desligou e Nazareno Martins aguarda a conclusão do processo por infidelidade partidária movida pela cúpula nacional da sigla. Ambos os casos estão prontos para julgamento. Isolado pelo PSB na composição da nova executiva estadual, Laércio Schuster é outro que deve estar juntando os documentos para comprovar de justa causa para desfiliação.

Quem também já iniciou o movimento para mudar de sigla é o deputado estadual Ivan Naatz – em rota de colisão com o presidente estadual do PV, Guaraci Fagundes, que o chamou de “bolsonarista” e impediu de filiar pessoas ao partido. Tudo indica que ele vai encorpar a bancada do PL do senador Jorginho Mello, que conquistaria assim uma liderança no Vale do Itajaí. 

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Mais encaminhada – e menos conflituosa – deve ser a saída de Kennedy Nunes do PSD rumo ao DEM. Ao assumir o comando pessedista, Milton Hobus disse que tentaria manter o parlamentar na sigla, mas não entraria em disputa. Kennedy já teria acertado os termos da desfiliação com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.