Com desafios diferentes, os prefeitos das três maiores cidades catarinenses devem ter em 2018 um ano emblemático em suas carreiras políticas. Dentro ou fora das disputas, o joinvilense Udo Döhler (PMDB), o blumenauense Napoleão Bernardes (PSDB) e o florianopolitano Gean Loureiro (PMDB) terão papel importante no tabuleiro eleitoral.
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Entre os três, as maiores atenções estão voltadas para Udo Döhler. Nas últimas semanas de 2017, o prefeito de Joinville começou a movimentar-se como postulante à candidatura ao governo. Primeiro, anunciou estar “à disposição do partido” em uma entrevista ao Bom Dia Santa Catarina. Depois, ao jornalista Jefferson Saavedra, rejeitou a ideia de prévias em março com o deputado federal Mauro Mariani, pré-candidato oficial do PMDB. Alega que a disputa interna será uma loteria.
Além disso, fez uma defesa da composição com PSD e PSDB que poucos estão fazendo. Vestiu o figurino que se espera dele: o candidato da antiga tríplice aliança. Por essa construção passa um gesto de peso: a renúncia em abril para poder ser candidato. Aos 75 anos e já em segundo mandato, a saída poderia ser encarada naturalmente como a última chance de disputar o governo. A maior ressalva é a falta de peso político de seu vice Nelson Coelho (PMDB) para comandar a maior cidade do Estado.
Uma renúncia também está no horizonte de Napoleão Bernardes, prefeito de Blumenau. Reeleito em 2016, o tucano de 35 anos traz um rótulo de renovação com experiência testada na urna. Parece ter a decisão de renunciar já tomada, gesto que força sua participação numa majoritária. Neste momento mira o Senado, mas não seria surpresa se os tucanos o colocassem na cabeça-de-chapa caso Paulo Bauer prefira a reeleição em Brasília. A sucessão local já parece encaminhada, com o vice-prefeito Mario Hildebrant (PSB) – ex-vereador e ex-presidente da Câmara – cada vez mais empoderado.
Prefeito da Capital, Gean Loureiro não deve constar nas urnas eletrônicas em 2018. Completou agora seu primeiro ano à frente da prefeitura – marcado por dificuldades financeiras, um polêmico pacote de projetos e tentativas de parcerias com a iniciativa privada. Terá em 2018 o ano da consolidação da gestão e este deve ser seu foco.
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A posse de Eduardo Pinho Moreira (PMDB) como governador deve azeitar sua relação com o Centro Administrativo, hoje difícil com Raimundo Colombo (PSD). Como cabo-eleitoral, tentará ajudar Válter Gallina (PMDB), presidente da Casan, a conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa e emplacar um aliado – possivelmente o vereador Guilherme Pereira – na Câmara dos Deputados. Se tiver um bom 2018, Gean pode começar a pensar em voos mais altos.