Gelson Merisio apostou tudo em sua candidatura ao governo em 2018. Ficou na frente no primeiro turno, mas acabou soterrado pela avalanche eleitoral causada pelo PSL nas eleições catarinenses. A ampla vitória de Carlos Moisés (PSL), 71% dos votos válidos, fez do futuro político do pessedista uma incógnita – como diz um aliado pontual, ele foi para a roleta: ou ganhava tudo ou perdia tudo.

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Sem mandato, com a onda antipolítica consolidada na sociedade e o adversário interno Júlio Garcia de volta à ribalta, Merisio experimenta essa sensação de quem sabe que ganhou antipatias com a forma como estabeleceu sua aliança e sua candidatura. E que essas antipatias agora cobram a fatura.

O ex-governador Raimundo Colombo (PSD), derrotado na disputa pelo Senado, é um dos que se sentir credor. Quer o partido. Presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab tenta arbitrar, mas já sabe que é questão de tempo para a separação. O limite talvez seja 15 de junho, prazo final para as convenções estaduais.

Ainda no comando do PSD-SC, Merisio pode fazer a convocação, embora Garcia e Colombo tenham como certa a intervenção – a alegação é de que o PSD perdeu de tamanho. Merisio foi a Kassab dizer que com esse argumento, nenhum diretório estadual pessedista teria convenção.

É no meio dessa queda de braço que o PP abre as portas a Merisio. Ele foi convidado por Silvio Dreveck, presidente estadual pepista, para participar da reunião da executiva segunda-feira. Deve ser convidado a entrar no barco. Merisio tem ascendência sobre parte do time pepista desde 2014, quando tentou colocar o partido na aliança de Colombo.

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Aproximou-se de Esperidião Amin, grande nome do partido, nas últimas eleições e mantém boas conversas com ele. Se confirmado, seria um fato novo para o PP, que busca uma liderança que ao mesmo tempo faça o partido voltar a crescer sem confrontar a história de seu principal nome. Não está batido o martelo, mas os sinais são cada vez mais fortes.