Este 31 de janeiro marca o melancólico final de uma legislatura estadual e de uma bancada federal catarinense. Nesta sexta-feira (01), quando tomam posse os parlamentares eleitos em outubro, 22 dos 40 deputados estaduais perdem suas cadeiras, 11 dos 16 federais perdem a vaga em Brasília. O resultado é parte da onda conservadora que catapultou o novato PSL a posições de destaque nos parlamentos, mas também fruto da própria incapacidade de parte importante da classe política em ouvir os pedidos da sociedade por renovação na forma de fazer política.

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Nem toda essas mudanças aconteceram por derrotas diretas nas urnas. Na Assembleia, por exemplo, apenas metade dos 22 futuros ex-deputados disputaram a reeleição e perderam. O caso mais emblemático é o do próprio presidente da Alesc, Silvio Dreveck (PP), um caso único na política catarinense contemporânea.

Foi vítima da onda de renovação, mas também acabou desgastado em sua própria base eleitoral com o polêmico caso da compra de um prédio de R$ 83 milhões durante sua gestão. O parlamento perde um homem de conciliação e diálogo em um momento ambos os conceitos estão fora de moda – embora sejam mais necessários do que nunca.

Além dos 11 que perderam a reeleição na urna, quatro deputados nem sequer concorreram à reeleição. Dessa turma, fará falta o experiente Fernando Coruja (MDB), que marcou sua passagem pela Assembleia pelo estudo aprofundados dos temas que lhe caíram nas mãos e pela postura independente em relação aos governos e ao partido. O lageano sempre votou como quis.

Há, ainda, os que tentaram outros cargos. Bem sucedidos, Carlos Chiodini (MDB), Darci de Matos (PSD) e Ricardo Guidi (PSD) vão ajudar a renovar a bancada catarinense na Câmara dos Deputados. Entre os que perderam, o caso mais emblemático é o de Gelson Merisio (PSD), derrotado no segundo turno pelo governador Carlos Moisés da Silva (PSL).  Na última década, Merisio comandou direta ou indiretamente o parlamento. Ganhou força política e criou inimigos quase na mesma dimensão. Agora é hora de ver como funciona a Alesc sem o pessedista e como ele se movimenta politicamente sem o mandato.

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Na Câmara, impressiona o tamanho da mudança – apenas cinco dos 16 deputados federais catarinenses serão reempossados na sexta. Um olhar atento sobre esse ameniza um pouco a análise do que aconteceu. Apenas três tentaram a reeleição e perderam: Marco Tebaldi (PSDB), Ronaldo Benedet (MDB) e Valdir Colatto (MDB). Dois nem concorreram (Cesar Souza, do PSD, e Jorge Boeira, do PP), enquanto João Rodrigues (PSD) disputou a eleição e até conseguiu os votos necessários para o terceiro mandato em Brasília – não tivesse tido a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral.

Na turma que deixa a Câmara, Décio Lima (PT) e Mauro Mariani (MDB) ousaram disputar o governo do Estado, enquanto João Paulo Kleinübing (DEM) foi candidato a vice-governador. Há, no entanto, dois ausentes que foram promovidos: Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PR) serão empossados sexta-feira como senadores.