Santa Catarina foi o primeiro lugar em que Jair Bolsonaro surgiu liderando as pesquisas presidenciais. Há mais de dois anos, ele tem visitado o Estado – ciceroneado por lideranças estaduais que compartilham de seu discurso, especialmente nas questões do fim do Estatuto do Desarmamento e os projetos que proclamam a Escola Sem Partido.
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Insuflado pelas redes sociais como em todos o país, Bolsonaro apresenta em Santa Catarina números mais favoráveis do que a média nacional. Não está apoiando e nem é apoiado pelos candidatos a governador com coligações mais estruturadas – leia-se Gelson Merisio (PSD) e Mauro Mariani (MDB). Seu partido, o PSL, começou a ser construído a seu feitio apenas em março deste ano e lançou ao governo o coronel Carlos Moisés da Silva, do Corpo de Bombeiros, e o vereador tubaronense Lucas Esmeraldino ao Senado.
A dúvida que ficará no ar nas próximas semanas e talvez apenas a urna responda, é para onde vão os eleitores de Bolsonaro nas eleições estaduais. Nas redes sociais é possível perceber que boa parte desse grupo construído ao longos dos últimos dois anos procura por nomes respaldados pelo presidenciável. Os próximos 45 dias serão suficientes? O Facebook e o Whatsapp conseguirão suplantar em exposição a diferença marcada no horário eleitoral?
Esta é uma campanha diferente de todas as outras. A primeira em um cenário de que uma articulação bem feita nas redes consegue mobilizar e parar uma categoria em todo o país – a greve dos caminhoneiros está fresca na memória de todos. Esse tipo de mobilização pode eleger deputados, senadores e até um governador por fora das estruturas conhecidas. É difícil, até porque as estruturas vão reagir – mas algum efeito terá. Curiosamente, uma das maiores vantagens que terão os candidatos de Bolsonaro advém das urnas eletrônicas que tanto criticam: se os eleitores do presidenciável usarem o mesmo número da legenda para votar para governador e deputado, fazem um estrago danado nas contas e projeções de todo mundo.
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