Em março do ano passado, o então deputado federal João Paulo Kleinübing deixava o PSD para assumir o Democratas – uma grife política praticamente vazia no Estado desde que o ex-governador Raimundo Colombo levou praticamente todas suas lideranças, JPK incluso, para formar o time pessedista.
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Na época, o ex-deputado tinha apenas um mês de janela aberta para trocas de partido, pouco tempo para uma verdadeira construção partidária. Lançou-se ao governo, aceitou ser vice de Esperidião Amin (PP) e acabou ocupando esse espaço na chapa de Gelson Merisio (PSD). O DEM não elegeu deputados.
Neste último sábado, o DEM reconduziu JPK à presidência estadual, em convenção realizada em Florianópolis. As perspectivas de real reconstrução do antiga terceira força da política catarinense – nos áureos tempos do PFL – são interessantes. O DEM recuperou força nacional com a presença de Rodrigo Maia na presidência da Câmara dos Deputados e Davi Alcolumbre na do Senado, além de Onyx Lorenzoni na Casa Civil do governo Jair Bolsonaro.
Em momento de ascensão liberal (na economia) e conservadora (nos costumes), o DEM volta a ser um partido atrativo. Pesa contra, no entanto, a vinculação ao chamado centrão. Mesmo assim, um cenário completamente diferente dos tempos em que o ex-presidente Lula, no auge da popularidade, falava em extirpar do DEM da política brasileira – o que quase conseguiu, quando foi criado o PSD. Hoje, os demistas tem um ativo a apresentar à sociedade: nunca mudaram de lado.
Na convenção, o prefeito chapecoense Luciano Buligon foi apresentado como um dos vice-presidentes. Nos bastidores, acerta-se a filiação do deputado estadual Kennedy Nunes (PSD). Sem partido, o prefeito florianopolitano Gean Loureiro foi convidado por Kleinübing. O ex-deputado diz que neste momento está mais preocupado com a formação de chapas de vereadores do que nomes para prefeituras. É o problema comum a quase todas as siglas para a primeira eleição sem coligação na proporcional – quem não tiver time, vai sumir.
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Sobre a possibilidade disputar a prefeitura de Blumenau, que já governou duas vezes, JPK despista. Diz que pensará nisso apenas no final do ano, embora diga não ver problemas em disputar o mesmo eleitorado com o prefeito Mário Hildebrant (sem partido).
— A candidatura não é uma situação pessoal, ela tem que ser boa para a cidade. É bom para Blumenau que seja candidato de novo?