O PMDB completou praticamente dois meses à frente da máquina estadual, uma semana com Eduardo Pinho Moreira como titular de fato e direito do cargo de governador do Estado. O que se vê é que os peemedebistas estão muito à vontade no usufruto do governo – inclusive promovendo uma despessedização nos cargos comissionados.
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O partido sabe que depende do desempenho da gestão de Pinho Moreira para manter acesa a ambição de vencer as eleições de outubro após duas disputas seguidas apoiando as candidaturas de Raimundo Colombo (PSD). Uma espécie de acordo – não verbalizado, ao que parece – entre o governador e o pré-candidato Mauro Mariani vem garantindo um ambiente de paz para a construção da candidatura peemedebista.
Pinho Moreira e Mariani são os nomes do partido para a disputa e um sabe que precisa do outro. O principal efeito do acordo não-verbalizado de Moreira e Mariani foi o isolamento do prefeito joinvilense Udo Döhler, que acabou desistindo. Em algum momento, será a vez do governador e do deputado federal definirem o rumo.
Fica claro neste momento que a posição e o estilo de Pinho Moreira dão a ele o papel de conversar com outros partidos para composição de alianças. Se for concretizado o sonho dourado dos peemedebistas de coligar com o PSDB, certamente será por iniciativa e negociação do governador. A dificuldade de tramar alianças foi maior crítica sofrida por Mariani no período em que circulou como pré-candidato único.
Ao mesmo tempo, Mariani tem peso político e força no partido que impedem que seja simplesmente expelido do processo. No programa Cabeça de Político da semana que passou, o senador Dário Berger (PMDB) foi claro em apontar que Mariani só não será o candidato se não quiser. É praticamente um fato. Por isso, Pinho Moreira depende de que o governo esteja bem, de conseguir uma aliança mais consistente e negociar a própria saída de Mariani.
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Esta saída poderia ser a candidatura do parlamentar ao Senado, altamente competitiva pela capilaridade do PMDB e pelas votações que Mariani alcançou em seus três mandatos como deputado federal. O problema, nesse caso, é que apesar do acordo não-verbal que pacificou o partido deixar essa possibilidade implícita, Mariani tem perdido o bom humor quando ela é verbalizada.