Já comentei aqui na coluna sobre os divertidos textos que o jornalista Frutuoso Oliveira tem escrito no Facebook em que narra semanalmente as fictícias conversas entre o governador Carlos Moisés (PSL) e o ex-governador Luiz Henrique da Silveira (MDB) em um terreiro de Biguaçu. Na ausência de um mestre como o emedebista morto em 2015, no entanto, Moisés tem mesmo procurado o aconselhamento daqueles que, como ele, foram eleitos governadores de Santa Catarina – e continuam neste plano.

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A primeira e mais frequente frente de conversas foi aberta com o rival histórico de LHS, o hoje senador Esperidião Amin (PP) – eleito governador em 1982 e 1998. Uma aproximação que além dos conselhos pode resultar na unidade da bancada progressista no processo de impeachment deflagrado na Assembleia Legislativa e participação do partido no governo de coalizão que Moisés tem prometido nos bastidores.

A segunda frente foi com os ex-governadores emedebistas, a maioria nesse seleto clube. Sobrevivente de um processo de impeachment em 1997, Paulo Afonso Vieira não só conversou com Moisés como, depois, sugeriu e intermediou a conversa do atual governador com Casildo Maldaner (eleito vice em 1986, titular após a morte de Pedro Ivo Campos) e Eduardo Pinho Moreira (eleito vice e governador de fato com as renúncias de Luiz Henrique em 2006 e de Raimundo Colombo em 2018) – encontro realizado na última segunda-feira, presente também o senador Dário Berger (MDB).

É inevitável que se considere irônico que o candidato eleito com 71% dos votos dos catarinenses pregando uma “nova política” vá buscar no passado a experiência, os conselhos e a influência dos caciques sobre os atuais deputados estaduais para fazer sobreviver um governo que politicamente fracassou. Moisés parece disposto a encarar essa contradição. Se vai dar certo, o futuro dirá. Mas é inegável que o governo melhorou sua articulação política.

Na relação dos ex-governadores eleitos vivos procurados por Moisés você pode perceber, leitor, a ausência de Raimundo Colombo – eleito em 2010 e reeleito em 2014. Não há registro de que tenham conversado. Essa poderia ser uma lição de Luiz Henrique, se estivesse por aqui: converse com todos os que podem ser aliados, escolha a dedo quem serão os adversários.

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Disputas 

Parece um campeonato de “pedra, papel ou tesoura”, mas são os deputados estaduais João Amin (PP), Nazareno Martins (PSB), Jerry Comper (MDB), Felipe Estevão (PSL) e Fabiano da Luz (PT) confraternizando no plenário da Assembleia Legislativa. É tempo de jogos no parlamento, mas não tão inocentes assim.

Nome do MDB

Esvaziado pelo prefeito Gean Loureiro (DEM) quando deixou a sigla, o MDB de Florianópolis foi buscar no secretariado da gestão Dário Berger seu pré-candidato a prefeito: José Carlos Rauen, ex-secretário de Desenvolvimento Urbano. Ele tentou ser candidato em 2012, quando Gean disputou pela primeira vez. O lançamento de Rauen não encerra as conversas de composição, especialmente com o pré-candidato Pedrão Silvestre (PL).

Cinco candidatos

O quadro eleitoral de Criciúma está se consolidando nas últimas semanas. O prefeito Clésio Salvaro (PSDB, aliado ao PSD), é favorito, mas deve enfrentar a bolsonarista Júlia Zanatta (PL), os médicos Aníbal Dário (MDB, com vice do DEM) e Alisson Pires (PSL) e o petista Chico Balthazar. A margem para dúvida é a presença do deputado estadual Rodrigo Minotto (PDT). Como não tem segundo turno na cidade, a inflação de candidaturas é boa para o prefeito tucano.

Duas frentes

O senador Jorginho Mello (PL) disse ao colega Renato Igor, na CBN Diário, que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) pediu para que desse uma mão à vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido). Filipe Mello, seu filho, é o advogado dela no processo e foi à Justiça questionar se é possível impichar um vice – a tese é interessante. De qualquer forma, Jorginho ao ajudar Daniela ganha crédito com os bolsonaristas e ao mesmo tempo ajuda Moisés – todo mundo sabe que se ela foi excluída, acaba o impeachment.

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Concisas

– Até o autor do pedido de impeachment, Ralf Zimmer, considerou correta a decisão liminar que suspendeu o processo.

– De uma língua venenosa após o questionamento do rito: é para isso que os procuradores da Alesc ganham R$ 5 mil a mais que os do Estado?

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