Com o país conflagrado politicamente e em meio a uma crise que racha o partido do presidente da República, o quinto encontro dos governadores dos Estados do Sul e do Sudeste, realizado entre sexta e sábado em Florianópolis, trouxe uma mensagem de diálogo, de conciliação. Mais do que uma mensagem, uma tentativa de ocupar um espaço de peso no tabuleiro do poder.

Continua depois da publicidade

O encontro do Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste) na Capital catarinense mostra a consolidação do grupo que reúne os governadores que representam 70% do PIB brasileiro. Anfitrião da vez, coube a Carlos Moisés da Silva – único filiado ao PSL no grupo – trazer uma mensagem de conciliação nacional. Ele enfatizou a relação entre os comandantes dos Estados do Cosud como um exemplo ao Brasil de um “tom pacífico, moderado, para que a gente possa juntar esse Brasil através do nosso exemplo”.

Defendeu, ainda, que falas e ações dos governantes deem “um tom conciliador, um tom de religação do Estado brasileiro como Estado único que tenha como objetivo do desenvolvimento sustentável e do engrandecimento do nosso povo”. Impossível não lembrar que a fala veio ao fim da semana em que o PSL digladiou-se em praça pública em uma disputa entre os deputados federais ligados a Jair Bolsonaro e ao presidente da sigla, Luciano Bivar – um racha que atinge também as bancadas catarinenses.

A fala de Moisés foi registrada e elogiada pelo governador paulista João Dória (PSDB), possível candidato a presidente em 2022. O tucano defendeu “entendimento e diálogo, ainda que entre opostos” e que disse que “o tema da conciliação é algo que nós precisamos para avançar no Brasil e termos um país conciliado, pacificado”. Doria defendeu também que os Estados do Cosud se preparem para apresentar conjuntamente a suas assembleias legislativas as adaptações à reforma da previdência caso não seja aprovada no Congresso a PEC paralela que estende os efeitos das mudanças a Estados e municípios.

Há um espírito de cooperação no grupo – que inclui os governadores Eduardo Leite (PSDB-RS), Ratinho Junior (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG), Wilson Witzel (PSC-RJ) e Renato Casagrande (PSB-ES). Com exceção do capixaba, todos eles tem filiações a partidos que orbitam o campo da centro-direita e direita. No sábado, eles aprovaram a expansão do grupo dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, o que deve fazer com que o próximo encontro, possivelmente em Foz do Iguaçu (PR) dia 19 de janeiro, o Cosud precise mudar a sigla.

Continua depois da publicidade