A lógica das redes sociais inunda o dia a dia da discussão política e infantiliza o debate. Quarta-feira foi um desses dias em que se polemizou sobre o nada. O motivo: a ideia do deputado federal acriano Leo de Brito (PT) de que todos os parlamentares petistas incluíssem “Lula” em seus nomes oficiais na Câmara dos Deputados.
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A proposta logo recebeu adesão total da bancada, incluídos aí os catarinenses Décio Lima e Pedro Uczai – ou melhor, Décio Lima Lula e Pedro Lula Uczai. Em reação, já teve parlamentar antipetista querendo acrescentar Moro ou Bolsonaro ao nome – quem sabe em uma tentativa de fazer do painel de votação da Câmara a nova trincheira de disputa política nacional.
Nas redes sociais é assim: se não acontece nada relevante, qualquer besteira serve para manter viva a troca de likes, a fábrica de memes, o debate inflamado. A política está operando assim também. Após a catarse vivida entre o voto de Rosa Weber contra o habeas corpus de Lula e a prisão do ex-presidente, quatro longos dias de convulsão política, a rotina se impôs, a vida voltou ao cotidiano.
Para manter acesa a chama, artifícios como o de ontem devem continuar sendo utilizados. E continuaremos discutindo o nada com muita ênfase e eloquência. E o deputado Fulano Lula de Tal é o que já foi o Guarani-Kaiowá no nomes das pessoas nas redes sociais alguns anos atrás.
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