O PSD de Santa Catarina começa nesta terça-feira sua reconstrução. Com a bênção das lideranças locais e o aval do presidente nacional Gilberto Kassab, o deputado estadual Milton Hobus assumiu o comando da sigla no Estado. Terá como vice-presidentes a também deputada estadual Marlene Fengler e o prefeito lageano Antonio Ceron.
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A confirmação dos nomes, especulados há algum tempo, encerra um período de transição no partido que governou o Estado entre 2011 e 2018, após duas vitórias eleitorais de Raimundo Colombo. Há cerca de um mês, o PSD-SC vivia o raro momento em que seu então presidente estadual e último candidato a governador pedia a desfiliação da sigla. Raro, mas não traumático.
A derrota de Gelson Merisio no segundo turno das eleições ano passado, menos pelo resultado do que pela forma como ele construiu a candidatura em oposição aos caciques internos, inviabilizou sua permanência ao lado de Colombo e do presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia.
Logo ficou claro que Colombo, derrotado na disputa pelo Senado em 2018, não tinha a intenção e talvez nem o espírito para assumir a sigla neste momento de reconstrução – com necessidade de preparar as bases para uma difícil eleição municipal em que o PSL, representante nato da onda conservadora, ameaça as posições dos maiores partidos do Estado. Os pessedistas têm 59 prefeituras, atrás apenas do MDB em quantidade.
Como Júlio Garcia também não quis assumir o partido neste momento, preferindo concentrar-se na Alesc e nos bastidores – seu habitat natural – a solução por Hobus foi se construindo naturalmente. Empresário bem-sucedido, ex-prefeito de Rio do Sul, ex-secretário da Defesa Civil e deputado em segundo mandato, ele é um rosto novo, experiente e ambicioso. Neste princípio de governo Carlos Moisés, tem se colocado como um opositor que sabe dialogar. Talvez seja o espaço que cabe ao PSD neste momento político.
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– Só aceitei ser presidente nesta fase de transição porque tive o apoio das bancadas federal e estadual e das lideranças de todos os cantos de Santa Catarina para fazermos um trabalho de fortalecimento partidário. O novo diretório também nasce com esse espírito – diz Hobus.
Se for bem-sucedido nessa transição, o novo presidente estadual pode cacifar-se como opção para a majoritária. O papel de Colombo será manter o diálogo com a direção nacional, enquanto Júlio Garcia encorpa o futuro projeto alinhando alianças. Fora do poder e renovado em nomes, o PSD viverá seu grande teste em 2020 – de olho em 2022.