Em novembro, Gelson Merisio recebeu o mais forte golpe em sua pretensão de ser o candidato a governador pelo PSD em 2018. A aposentadoria de Júlio Garcia do Tribunal de Contas para voltar ao circuito partidário-eleitoral e o movimento que ele lançou para fazer do deputado federal João Rodrigues uma alternativa pessedista para o cargo colocaram em xeque os planos de Merisio.
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Em dois eventos, Rodrigues reuniu diversos prefeitos do Sul e da Grande Florianópolis, mostrou apelo junto à base pessedista e de partidos satélite e que daria trabalho ao correligionário em uma disputa de popularidade interna. Merisio recolheu-se, limitou-se ao quase bordão “é legítimo” ao comentar a pretensão do colega e disse que estava disposto a levar seu projeto à convenção.
Pano rápido. Estamos nos encaminhando para o final de dezembro e a passagem de Rodrigues pelas listas de pré-candidatos a governador parece coisa de um passado remotíssimo. Tão logo colocou a cabeça para fora, o deputado federal viu ressurgir a velha pendência judicial sobre a suposta compra irregular de uma retroescavadeira quando era prefeito em exercício de Pinhalzinho, lá no final dos anos 1990.
Por essa condenação, ele concorreu às últimas duas eleições pendurado em um habeas corpus que não existe mais. Assanhando-se a governar Santa Catarina, viu o episódio voltar à tona às vésperas da prescrição e agora deve enfrentar um julgamento no STF que pode até suspender sua carreira política.
Com o meteoro João Rodrigues aparentemente no passado, Merisio voltou a mostrar seu poder de fogo interno. Em Campo Alegre, no sábado, o deputado estadual Darci de Matos foi o anfitrião de um evento que reuniu lideranças do PSD, do PP e do PSB, partidos hoje alinhados ao projeto de Merisio. Estava lá a maior parte da bancada estadual pessedista, bunker da pré-candidatura do parlamentar. Representando os aliados, o ex-deputado Paulo Bornhausen (PSB) e o presidente da Alesc, Silvio Dreveck (PP).
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A presença mais importante, no entanto, foi a do governador Raimundo Colombo (PSD). Depois de ter participado da reinclusão de Júlio Garcia no jogo partidário e de ter anunciado um governo a quatro mãos com o vice Eduardo Pinho Moreira (PMDB) entre fevereiro e abril – movimentos que podem ser lidos como aceno à aliança com os peemedebistas -, ele voltou a apontar Merisio como líder da caminhada do partido em 2018.
Como sempre, Colombo não fecha porta nenhuma – nem a da ruptura. Além disso, o governador sempre se empolga quando o evento lembra um comício do velho PFL.