Nas últimas décadas, o MDB catarinense abriu mão de seu maior patrimônio – a base – para conformar-se em ser um partido de caciques mais ou menos mandões. Por isso, é de uma louvável ousadia que o maior partido do Estado tenha decidido chamar os filiados, todos eles, para escolher agora em agosto quem deve ser o candidato a governador em 2022.

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Se isso tivesse sido feito quatro anos atrás, talvez Mauro Mariani, Eduardo Pinho Moreira ou Udo Döhler tivessem conseguido mudar a história emedebista nas eleições de 2018. Ninguém quis a disputa, ninguém quis o confronto, ninguém se engajou pela candidatura que prevaleceu – Mariani – naquele jogo de suposta harmonia.

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Desta vez, há outros três nomes em busca de um novo destino. Presidente estadual do partido, deputado federal e entusiasta da prévia, Celso Maldaner acredita no emedebista histórico para inflamar a base e ser candidato a governador. Precisa convencer também que seria, de fato, candidato a governador e não apenas a uma vaga majoritária.

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O senador Dário Berger tenta ser o nome do partido desde 2010, quando perdeu a prévia para Pinho Moreira – que acabaria vice de Raimundo Colombo (DEM na época). Em 2018, seria um nome natural, mas abriu mão para Mariani. Agora, mais uma vez, vai enfrentar a tese de que não se aproxima das bases com uma disputa por elas.

Por fim, Antídio Lunelli tenta ser a cara de um novo MDB. Prefeito reeleito de Jaraguá do Sul, empresário mais do que bem sucedido, com tons bolsonaristas. Uma aposta eleitoral, um novo projeto, alguém que nem cara de MDB tem para fazer o MDB voltar ao comando do Estado.

As apostas são essas. A resolução com as regras da prévia foi publicada durante a semana. Curiosamente, permite que votem os que filiarem até abril – ou seja, uma janela para que os três candidatos filiem apoiadores que ainda não estejam entre os 183 mil filiados. Talvez seja mais fácil engajar novos torcedores do que a velha torcida, especialmente em um momento em que a sociedade quase inteira tem os olhos muito mais voltados para a pandemia do que as rivalidades internas do MDB.

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