O PMDB de Santa Catarina voltou no tempo nas últimas semanas. Não só por ter recuperado as canetas de governador e presidente da Assembleia Legislativa, algo que não acontecia desde meados dos anos 1980, mas também porque reabriu a discussão sobre as pré-candidaturas do partido ao governo – que em julho do ano passado haviam afunilado em torno do deputado federal Mauro Mariani após este receber apoio público de Eduardo Pinho Moreira e Udo Döhler ter se calado sobre o assunto.

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Hoje, os peemedebistas voltaram a ter vice/governador e o prefeito joinvilense como pré-candidatos. Semana passada, Udo Döhler esteve no almoço da bancada estadual do PMDB para apresentar-se como postulante ao governo e causou boa impressão. Ontem, foi a vez de Pinho Moreira almoçar com os deputados.

Ele evitou falar sobre eleição. Detalhou a situação do Fundam; disse que tem simpatia pelas emendas impositivas ao Orçamento, mas que ainda não tem condições de liberar aos gastos; ouviu apelos dos suplentes para deixar os secretários que são deputados o máximo possível nos cargos. Pinho Moreira também antecipou que pretende realizar reuniões regionais com prefeitos e deputados peemedebistas na Casa d’Agronômica assim que o atual inquilino Raimundo Colombo (PSD) desocupá-la. É o jogo sendo jogado.

À tarde, o governador recebeu Udo Döhler para mais uma conversa – estão cada vez mais frequentes. Aconselhou o prefeito a entrar para o jogo da sucessão, mas evitar conflitos com Mariani. Ouviu do joinvilense que hoje a possibilidade de renunciar em abril é de 50%. 

Udo tem falado em construir o diálogo ao longo de março. No dialeto do empresário que virou político, diálogo é aliança, coligação – e ele quer das grandes. O primeiro alvo é o PSDB e o caminho e o prefeito blumenauense Napoleão Bernardes, com quem se encontra nos próximos dias. O peemedebista tem dito que não disputa sem uma ampla aliança.

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Em seu canto, Mauro Mariani tem sido discreto. Fez seus movimentos, rodou o Estado, garante que enfrenta na convenção quem estiver disposto a encarar o voto dos delegados do partido. Quem conhece o parlamentar acredita que ele se sente mais à vontade com o jogo aberto do que com os tapinhas nas costas que recebia no segundo semestre do ano passado.

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