Mauro Mariani reuniu a cúpula do MDB catarinense para pedir ao partido um cheque em branco para negociar alianças que viabilizem sua candidatura ao governo do Estado. Saiu da reunião ampliada da executiva estadual da sigla, realizada na manhã de ontem, com um cartão de crédito.
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O pré-candidato emedebista queria sair do encontro em Florianópolis com a autorização da executiva e das bancadas estadual e federal para oferecer a outros partidos a vaga de vice-governador e as duas candidaturas a senador na chapa que tentar construir. O 15 ficaria com a cabeça, mas cederia todos os membros.
Com o cheque em branco, Mariani ganharia força nas negociações, especialmente com os tucanos. É inegável que o apoio dos emedebistas praticamente colocou no Senado os ex-pefelistas Raimundo Colombo (DEM, na época) em 2006 e Paulo Bauer (PSDB) em 2010.
Na mira de Mariani, estão os deputados federais Jorginho Mello (PR) – este, praticamente fechado – e João Paulo Kleinübing (DEM). Aos tucanos, oferece a vaga de vice-governador e uma das posições de senador na chapa. Ele apresentou o cenário aos caciques do MDB – incluidos na mesa do governador Eduardo Pinho Moreira, o senador Dário Berger, boa parte das bancadas estadual e federal e o prefeito florianopolitano Gean Loureiro. Recebeu incentivo praticamente unânime para negociar todas as vagas e tornar mais viável uma vitória do 15 para o governo estadual – a última vez que o partido teve cabeça-de-chapa foi em 2006, na reeleição de Luiz Henrique.
Não foi unânime porque o ex-governador Paulo Afonso Vieira levantou o seu porém. Pré-candidato ao Senado, disse que está disposto a colocar o nome para apreciação dos delegados do MDB na convenção do partido, dia 4 de agosto. Mariani reclamou, chegou a pedir uma votação, mas logo ficou o claro o óbvio: qualquer filiado tem o direito de pleitear a candidatura na convenção do partido.
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O MDB é assim. Em 2010, Luiz Henrique deixou o governo para uma eleição certa ao Senado em composição com DEM e PSDB. Na convenção, Paulo Afonso colocou seu nome para enfrentá-lo: perdeu, mas teve 40% dos delegados. Quatro anos depois, a cúpula acertou a continuidade da aliança pela reeleição de Colombo. Os adversários da coligação – Mariani, Dário e Paulo Afonso à frente – forçaram uma pré-convenção que terminou 60% a 40% pela composição. O troco veio na convenção, quando os delegados do partido deram a Dário a vaga que já estava acertada com o PP.
Dessa vez, não será diferente. Mariani ganhou a liberdade para negociar todas as vagas para aliados, mas sabe que também precisará trabalhar junto aos delegados para conseguir entregar o que prometer. Um bom cartão de crédito, não o cheque em branco.