A persistência foi o maior atributo do deputado federal Mauro Mariani para a consolidação de sua pré-candidatura a governador do Estado. A disposição de encarar qualquer adversário interno – mesmo que fosse na própria convenção – ajudou a afastar do cenário todos os fantasmas que pairavam sobre seu projeto.
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Esses fantasmas tinham nome: o prefeito-empresário Udo Döhler apoiado por uma ampla aliança, Eduardo Pinho Moreira com a caneta de governador nas mãos, o senador Dário Berger como reserva de luxo. Hoje, Mariani é o pré-candidato único do MDB e poucos acreditam que não estará nas urnas eletrônicas em outubro. Se a persistência o trouxe até aqui, chegou a hora de mostrar habilidade política para formar um palanque consistente.
Mariani tem trabalhado para isso. Na semana que passou, teve encontros com o senador Paulo Bauer (PSDB), também pré-candidato ao governo, e com Udo Döhler. Com o tucano, reatou a velha conversa sobre apoio mútuo que sempre termina com ambos garantindo que serão candidatos – mas o tom é de manter viva a conversa. Bauer é o principal interlocutor de Mariani no PSDB, deixando claro que o emedebista tem mais facilidade de diálogo com os colegas de Congresso. Foi assim que praticamente fechou aliança com o PR do deputado federal Jorginho Mello, pré-candidato ao Senado.
Com o prefeito joinvilense, Mariani fez uma conversa de reaproximação. A relação entre os emedebistas é de altos e baixos. Udo sempre foi mais próximo de Pinho Moreira na geografia interna do MDB, mas não gostou da forma como o governador conduziu sua saída e retorno (e nova saída) na disputa pela vaga do partido ao governo. Aparentemente, o joinvilense não está empolgado com a ideia de ser cabo-eleitoral em outubro e apenas espera o dia 31 de dezembro de 2020 para dar fim a sua experiência na política partidária.
De sua parte, Mariani segue as conversas e costuras. Considera vital o apoio do PSDB para dar musculatura a sua aliança, quer trazer o DEM de João Paulo Kleinübing e o PPS de Carmen Zanotto, aguarda a confirmação ou não da candidatura de Esperidião Amin (PP) ao governo para que o quadro partidário consolide. Em nome de uma ampla composição está disposto a pedir carta branca para negociar as vagas de vice-governador e senador à executiva estadual do MDB e às bancadas parlamentares.
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Há quatro anos, a cúpula do (P)MDB fechou uma composição com previa permitir que a vaga de senador na chapa de Raimundo Colombo (PSD) e Pinho Moreira ficasse com o PP, desde que não fosse entregue ao desafeto Joares Ponticelli. Oposição interna, Mariani liderou o movimento que garantiu na convenção a candidatura de Dário Berger e brecou aquela aliança. Agora, tentará evitar que alguém use o mesmo artifício.