Algumas coisas estão no código genético do MDB catarinense. Entre elas, a disputa interna. Se em algum momento pareceu que a simples declaração do senador Dário Berger de que aceitava ser presidente estadual do partido seria suficiente para criar um consenso em torno dele, a impressão não se confirmou. Nas bases vem crescendo o nome do deputado federal Celso Maldaner, que vem mostrando uma disposição incomum de assumir o partido neste momento complicado de sua história.
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Faz quase um mês que Dário anunciou a disposição de assumir o partido. Desde então, seus movimentos foram discretos. Ao mesmo tempo, Maldaner apressou o passo e consolidou apoios no Oeste e no Sul do Estado – além da Assembleia Legislativa. Curiosamente, o deputado federal cresce com aquilo que as bases emedebistas temem que Dário não tenha: apetite para correr o Estado, visitar as bases e reanimar a militância daquele que ainda é o maior partido de Santa Catarina.
Foi diante desse crescimento que o deputado federal Carlos Chiodini ensaiou esta semana uma volta ao jogo. Desde o ano passado que ele vinha se colocando como possível candidato a presidir o MDB-SC, mas havia recuado em favor de Dário – especialmente após conversa em Brasília com o senador e o atual presidente Mauro Mariani. O trio sempre esteve junto nas disputas internas protagonizadas por Mariani e pelo ex-governador Eduardo Pinho Moreira.
Nas redes sociais, Chiodini avisou: “o amigo e senador Dário Berger tem o meu apoio, caso ele não queira concorrer, disputarei a presidência do partido”. A declaração arma um cenário de disputa entre os dois deputados federais na convenção marcada para 1º de junho. Maldaner e Chiodini seriam nomes novos ligados à tradição emedebista de disputar as bases do partido. Fale-se tudo do MDB, mas poucas coisas na política catarinense são tão impressionantes quanto uma convenção do sigla.
O problema maior do partido, no entanto, não é se Dário, Maldaner, Chiodini ou Pinho Moreira vão tocar o diretório estadual a partir de junho. Todas as medidas de purificação da legenda – inclusive com a expulsão de lideranças nacionais notórias, algumas delas na cadeira – passam por Brasília. Nenhuma candidatura a presidência nacional do MDB mostrou essa disposição.
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