O vereador Maikon Costa (PSDB) escapou da cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar em uma longa sessão da Câmara de Florianópolis encerrada no início da noite desta quinta-feira. Eram necessários votos de 16 dos 23 vereadores e a base do prefeito Gean Loureiro (sem partido) estava disposta a bancar a perda do mandato do polêmico tucano. Faltou voto.
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Maikon teve 13 votos favoráveis à cassação, insuficientes para a perda do mandato, enquanto cinco votaram não, três se abstiveram e um estava ausente. Na configuração dos votos, ficou claro qual o tamanho da base governista neste momento – vésperas da definição sobre o futuro partidário do prefeito e o inquérito final da Operação Chabu.
Na oposição estão aqueles que não votaram pela cassação de Maikon Costa – além do próprio. Três declarados pré-candidatos a prefeito votarão não: Pedrão Silvestre (PP), Rafael Daux (MDB) e Vanderlei Farias (PDT). A eles se somaram dois vereadores que costumavam frequentar a base, João Luiz da Bega (do PSC do secretário da Casa Civil Everson Mendes, sempre cotado para concorrer a vice de Gean ano que vem) e Celso Sandrini (MDB). O emedebista apoiou o grupo anti-Gean na disputa pelo diretório da Capital e hoje está alinhado a Daux.
A esquerda se absteve – ajudando Maikon. Assim, Afrânio Boppré (PSOL), Marquito (PSOL) e Lino Peres (PT) mostraram unidade e ao mesmo tempo se diferenciaram de quem votou não. Psolistas e petistas devem estar juntos ano que vem na frente que deve ter Elson Pereira (PSOL) como candidato a prefeito. Na conta que livrou o tucano da cassação, inclua o próprio líder do governo Renato Geske (PL), que se ausentou. Em dezembro ele entrega o posto, pressionado pelo partido do senador Jorginho Mello (PL).
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Não escrevi até esta linha sobre os motivos que levaram Maikon Costa ao cadafalso por pueris. A Câmara de Florianópolis, na tarde desta quinta-feira, reuniu-se para julgar se devia perder o mandato um parlamentar que comparou a instituição a um prostíbulo em entrevista ao vivo na rádio Guarujá – insuflado pelo apresentador. Uma Câmara que não conseguiu cassar parlamentares envolvidos em corrupção em outras legislaturas não tem autoridade para dar pena máxima a um de seus pares porque ele não saber se comportar diante de um microfone.
Se o tucano é um bom ou mau vereador, se tem idoneidade ou não para ocupar o cargo que exerce desde 2017, são os eleitores de Florianópolis que devem dizer. Pela falta de apenas três votos, a Câmara da Capital escapou de abrir o sempre perigoso precedente de cassar um parlamentar por palavras ao vento.
Veja o placar:
A favor da cassação
Claudinei Marques (Republicanos)
Dalmo Meneses (PSD)
Dinho (MDB)
Erádio Gonçalves (PSD)
Fábio Braga (PTB)
Fabrício Correia (PSB)
Gabrielzinho (PSB)
Gui Pereira (MDB)
Guilherme Botelho (PSDB)
Marcelo da Intendência (PP)
Maria da Graça (MDB)
Miltinho Barcelos (DEM)
Roberto Katumi (PSD)
Contra a cassação
Celso Sandrini (MDB)
João Luiz da Bega (PSC)
Pedrão Silvestre (PP)
Rafael Daux (MDB)
Vanderlei Farias (PDT)
Abstenções
Afrânio Boppré (PSOL)
Lino Peres (PT)
Marquito (PSOL)
Ausente
Renato Geske (PL)
Não votou
Maikon Costa (PSDB)
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