A lista de exonerações de comissionados publicada na edição de segunda-feira do Diário Oficial do Estado traz indicações importantes dos rumos políticos do governo de Eduardo Pinho Moreira (PMDB) e da construção da candidatura a governador do PMDB. Uma delas é bastantes simbólica: os últimos nomes ligados ao ex-governador Raimundo Colombo (PSD) que ainda estavam abrigados na máquina estão fora do governo.
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Houve também uma desidratação na Secretaria da Fazenda, onde estão sendo eliminadas 165 funções gratificadas – cargos exercidos por servidores de carreira. Era lá o principal bunker pessedista na maior parte do governo Colombo, especialmente nos tempos em que Antonio Gavazzoni era uma espécie de primeiro-ministro. Outra troca com o mesmo significado é na Junta Comercial do Estado, onde Júlio Marcellino Jr. deixa a presidência. Assume Gerson Basso (PV), atual vice, em um claro aceno aos verdes.
Ex-aliados também foram alvo da caneta de Pinho Moreira nas agências regionais, onde foram realizados 180 desligamentos. Na Fesporte, terminou uma longa e na entusiasmante novela envolvendo a permanência ou não de Erivaldo Nunes Caetano Júnior, o Vadinho, no comando da entidade. Sua continuidade era uma gentileza em relação ao PSDB, para ajudar na construção de uma aliança entre os partidos. Ao mesmo tempo, o PMDB de Jaraguá do Sul, através do deputado estadual Carlos Chiodini, pressionava para emplacar a vereadora Natália Petry. Nas redes sociais, Pinho Moreira chegou a elogiar o trabalho de Vadinho e dizer que sua continuidade era uma questão partidária. A confirmação de Natália Petry na função indica um esfriamento dessa construção.
Com a caneta na mão e poucos recursos em caixa, Pinho Moreira vem conseguindo criar fatos para colocar em evidência sua autoridade como governador. É esse caminho que precisa trilhar para viabilizar sua candidatura à reeleição. Ele tem dito que em algum momento ele e o deputado federal Mauro Mariani, pré-candidato do partido ao governo, vão sentar e conversar sobre quem será o nome peemedebista na urna eletrônica. Aposta em uma solução de consenso. No partido, há quem defenda uma definição rápida sobre o assunto para fortalecer o nome escolhido na construção das alianças.
A sensação que fica é de que Pinho Moreira será candidato se conseguir trazer o PSDB para sua chapa e que Mariani é o nome em caso de chapa pura ou uma aliança com partidos menores. O PSD se afasta a cada movimento do governo peemedebista. Ao redor de Colombo, fala-se que os peemedebistas colhem junto os louros quando as notícias são positivas – como a reportagem da Folha de S. Paulo apontando como invejável a situação econômica do Estado – e fazem-se de novo governo quando os temas são espinhosos.
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