Nos tribunais, foi adiada a batalha entre o novo PSB catarinense e o deputado estadual Bruno Souza pela cadeira na Assembleia Legislativa. O julgamento da ação por infidelidade partidária chegou a ser pautado para ontem, mas acabou postergado para outubro. No discursos, uma nova frente deve ser aberta na guerra entre os eleitos pelo partido e seu comando atual.
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Até agora discreto, o deputado estadual Laércio Schuster decidiu expor sua insatisfação com as direções nacional e estadual do PSB. Na terça-feira ele deve subir à tribuna da Assembleia Legislativa para questionar a condução do presidente estadual Adir Gentil, indicado para comandar a executiva estadual pelo presidente nacional Carlos Siqueira.
A intervenção foi feita após a saída dos dirigentes ligados ao ex-deputado federal Paulo Bornhausen – que recebera o comando político da sigla das mãos de Eduardo Campos em 2013 e o deixou este ano por divergências ideológicas com Siqueira, que tenta devolver a sigla socialista ao campo da esquerda. Paralelamente, foram apresentadas as ações judiciais contra Bruno Souza e Nazareno Martins por infidelidade partidária – ainda pendentes de julgamento. Ao contrário de Bruno, que desfiliou-se ainda em fevereiro, Nazareno não teve a saída consumada. Nesse cenário, Schuster optou pela discrição. Procurou Gentil e Siqueira, mas as conversas não avançaram. Acabou fora da executiva estadual.
Essa é uma das críticas que serão feitas pelo parlamentar, que também vê alinhamento do PSB nacional com a agenda do PT. Vai se construindo assim uma nova ação de troca de partido.
Quando o rompimento ficar claro, todos os eleitos do PSB em 2018 estarão em litígio com o partido. Suspenso e com as atividades parlamentares limitadas por ter votado a favor da reforma previdenciária, o deputado federal Rodrigo Coelho já está com ação judicial pronta contra o atual partido. Ele esperava a expulsão, como próprio Siqueira havia prometido como punição aos parlamentares que votaram contra a orientação partidária. A pena mais branda foi, ironicamente, muito pior para o parlamentar.
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Desde a intervenção nacional, em julho, o novo PSB catarinense não conseguiu definir um novo rumo ou ser atrativo para lideranças descontentes em outras siglas – apesar de ter peso nacional e apetitosos fundo eleitoral e partidário. Enquanto isso, Bornhausen discretamente constrói o Podemos – onde devem desaguar os pessebistas eleitos em 2018.