As feridas abertas no PSD durante o período eleitoral não devem mesmo cicatrizar facilmente. A cada dia consolida-se um antagonismo entre o grupo integrado por Júlio Garcia, presidente da Alesc, e o ex-governador Raimundo Colombo e o que é liderado pelo ex-deputado estadual Gelson Merisio, candidato derrotado ao governo em 2018.
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No final da tarde de quinta, o jornalista Marcos Schettini, de Chapecó, divulgou em seu blog que o presidente nacional pessedista Gilberto Kassab decidira intervir em Santa Catarina para destituir Merisio da presidência estadual – cancelando a convenção marcada para junho. É a senha do racha.
De mudança para Joinville, onde pretende exercer atividade política e profissional, Merisio dava sinais que estava disposto a disputar a reeleição nas convenções. Percebia os movimentos de Júlio Garcia e Colombo, mas queria mostrar força junto à base – prefeitos, vice, vereadores. Confirmada a disposição de Kassab pela intervenção – que teria sido informada ao deputado federal Darci de Matos -, o PSD tem tudo para sangrar.
Gesto forte peso político, a intervenção traz consigo o risco de criar a possibilidade de que parlamentares deixem a sigla sem perder o mandato. Líder da bancada na Alesc e aliado de Merisio, Kennedy Nunes diz que deixaria o partido no dia seguinte.
– Se houver a intervenção, é minha carta de alforria. Estou em um partido que disputou o segundo turno e fez boas bancadas. Como que vamos ter intervenção para colocar gente que saiu derrotada não por um onda, mas por suas próprias dificuldades? – questionou Kennedy, em referência discreta ao quarto lugar de Colombo na disputa pelo Senado.
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A fala de Kennedy, contundente, indica uma saída do grupo de Merisio do partido caso se confirme a intervenção. Indica, também, que a paz pessedista está muito distante.