Líder da oposição na Assembleia Legislativa e relator da CPI dos Respiradores, o deputado estadual Ivan Naatz (PL) é o entrevistado no Cabeça de Político Podcast desta semana. Na conversa com o colunista Upiara Boschi, o parlamentar avalia os primeiros movimentos da investigação parlamentar e quais são as perguntas que espera ver respondidas por uma CPI que caminha paralelamente à força-tarefa que reúne Polícia Civil, Ministério Público de SC e Tribunal de Contas do Estado na averiguação criminal da polêmica compra de 200 respiradores de UTI pelo governo Carlos Moisés.

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Ouça o Cabeça de Político com Ivan Naatz:

– A CPI pode responder porque os órgãos de controladoria não funcionaram. Eu estou na Alesc e aprovamos a reforma administrativa com uma Controladoria-Geral do Estado e uma Secretaria de Integração e Governança acreditando que esses instrumentos nos davam a certeza de que os procedimentos estavam sendo investigados. A CPI vai responder porque esses órgãos não funcionaram – disse Naatz.

Na entrevista, o deputado afirmou que inicialmente não via a participação direta do governador na compra realizada com pagamento antecipado de R$ 33 milhões, mas que a constatação feita pela CPI de que havia um termo de compromisso com a empresa catarinense Intelbrás para venda dos equipamentos por um preço menor levanta a dúvida sobre o quanto Moisés estava inteirado das negociações. Garante, no entanto, que conduzirá a relatoria da CPI de forma imparcial, não como líder da oposição.

– A CPI não será uma inquisição. Os que tiverem alguma culpa, essa culpa será relatada. Aqueles que não tem participação nenhuma, vou dizer que não tem. O fato de eu ser de oposição não vai me levar a produzir a um relatório contra ou a favor de qualquer pessoa.

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Naatz também falou da experiência como líder da oposição e, curiosamente, disse que a desorganização da base governista é ruim para o Estado e para sua própria atuação como opositor.

– O governo não tem se mostrar capaz de criar mecanismos para ter um controle, mesmo que parcial, das ações políticas. E isso é grave. Eu digo isso mesmo sendo um deputado de oposição. Tudo que os deputados colocam, passa. Tudo que os deputados querem que seja aprovado, passa. Todos os vetos que os governos faz estão sendo derrubados e muitos deles são prejudiciais porque vão prejudiciais as contas do Estado lá na frente. O governo não tem preocupação com a Assembleia e muitas vezes é salvo pela oposição. Mas, é claro, não vai se fazer tudo para o governo.

Na entrevista, Naatz explicou a filiação ao PL, de centro-direita e próximo ao bolsonarismo, após uma trajetória de mandatos e eleições por partidos de centro-esquerda como o PDT e o PV, partido pelo qual se elegeu deputado estadual. Falou, ainda, das chances de ser mais uma vez candidato a prefeito em Blumenau e fez um desabafo sobre a exposição submetida aos gestores públicos em tempos de redes sociais.

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