Poucas coisas são tão imobilizadoras quanto um falso consenso. Ano que vem, todos os candidatos a prefeito de Florianópolis, situação ou oposição, direita ou esquerda, lunáticos ou sãos, vão trazer suas soluções para a mobilidade urbana da capital catarinense. Todos sabem que é, hoje, o grande problema da cidade.

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Os falsos consensos virão mais uma vez à tona. A necessidade de priorizar o transporte coletivo, alguma forma de travessia marítima, obras mais ou menos estruturantes, acusações sobre o que deu errado no passado. Em maior ou menor grau, tudo isso estará na boca dos postulantes ao cargo de prefeito ou prefeita. Mas a disposição concreta de tirar os consensos do papel terá vez?

Mobilidade urbana já era um drama em Florianópolis quatro anos atrás, mas entrou de forma passageira no debate eleitoral de 2016. Em certo momento do segundo turno, a discussão parou pateticamente em uma embate sobre carrocinha para recolher cachorros de rua. Não parecia que os destinos da Capital do Estado estavam em discussão. E permanecemos imóveis.

É preciso ressignificar a campanha eleitoral, a disputa pelas prefeituras. Garantir que os temas reais sejam efetivamente discutidos. A Grande Florianópolis conta um um verdadeiro plano diretor de mobilidade urbana, o Plamus, que precisa estar no centro de um debate que independe de partidos e ideologias. Se não for assim, continuaremos repetindo como mantra – ou clichê – os falsos consensos de sempre.

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