A história ensina uma coisa sobre essas eleições que o eleitor precisa escolher o presidente da República e o governador do Estado. Em algum momento, o cenário nacional vai influenciar as questões estaduais. O tamanho dessa influência pode variar e – inclusive – não afetar o arranjo tradicional das forças locais, mas sempre terá peso. A pesquisa Ibope desta sexta-feira, a última antes do primeiro turno, começa a captar os efeitos da onda Jair Bolsonaro (PSL) sobre as eleições catarinenses.

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Eleições 2018: acompanhe a apuração do segundo turno em tempo real

Essa onda está consolidada. Em relação à pesquisa anterior, dia 21 de setembro, Bolsonaro subiu de 40% para 48%. Essa escalada já era captada nos levantamentos internos das candidaturas, gerando inclusive a mudanças de estratégia e declarações de adesão. Na Ibope desta sexta-feira, os candidatos locais do PSL continuam longe dos líderes, mas tiveram crescimento acima da margem de erro que indicam que começaram a surfar a onda. Em dois dias veremos até onde eles foram carregados.

Veja os números da pesquisa Ibope antes do primeiro turno

Fora essa percepção, a última pesquisa Ibope mostra um cenário consolidado entre os candidatos das forças tradicionais de Santa Catarina. Persiste o triplo empate técnico entre Mauro Mariani (MDB), Gelson Merisio (PSD) e Décio Lima – com tendência de que o emedebista e o pessedista estejam à frente. Neste cenário, há certo conforto dos três candidatos em relação a Comandante Moisés, que tinha 4% e agora tem 9%. O primeiro time está entre os 25% de Mariani, os 23% de Merisio e os 19% de Décio.

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Com esses números é possível ser categórico em dizer que Santa Catarina voltará a ter segundo turno depois de duas eleições decididas em única votação. Também é possível constatar que é imprevisível o cenário que será colocado aos eleitores dia 28 de outubro. Certo é que ele continuará impactado pelos efeitos da onda Bolsonaro, seja quais forem os nomes que passarem para o segundo turno.

O Senado vive uma eleição quase à parte. Com as campanhas atreladas, um pedindo voto no outro, Esperidião Amin (PP) e Raimundo Colombo (PSD) estão empatados tecnicamente na ponta, com 32% e 31%, abrindo vantagem sobre um segundo turno que conta com os inimigos íntimos Paulo Bauer (PSDB) e Jorginho Mello – 21% e 19%. A mudança é que o tucano caiu e o parceiro de chapa subiu acima da margem de erro – Jorginho foi um dos que abraçou a candidatura de Bolsonaro no horário eleitoral. Candidato oficial do presidenciável, Lucas Esmeraldino passou de 2% para 8%.

O crescimento de Jorginho e Esmeraldino é a margem para surpresas em uma eleição que por enquanto confirma os favoritos iniciais – Amin e Colombo, ex-governadores e ex-senadores. Se vencerem, o pepista e o pessedistas tornam-se cabos eleitorais de peso para Merisio, que ainda apresenta índices abaixo dos parceiros de majoritária. É natural: nem Merisio e nem Mariani fizeram esse atrelamento no primeiro turno. Por outro lado, Mariani teria que administrar o descontentamento de tucanos e dos aliados de Jorginho. No domingo, as urnas vão falar.