Ainda tem muita coisa por definir no cenário político estadual, mas a projeção dos palanques em construção já indicam uma novidade na disputa pelo cargo de governador este ano. Os latifúndios televisivos que marcaram as campanhas de Raimundo Colombo (PSD) e reeleição de Luiz Henrique (PMDB) não devem se repetir.

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Um dos motivos é a própria redução pela metade dos programas eleitorais – de 20 para 10 minutos. No entanto, o fim da aliança entre MDB e PSD aponta para um quadro mais fragmentado na distribuição do tempo entre candidatos. Os programas de Luiz Henrique em 2006 e de Colombo em 2010 e 2014 superavam os sete minutos. Nas duas primeiras disputas, os candidatos petistas ficavam com cerca de 4 minutos enquanto o PP de Esperidião e Angela Amin tinha pouco mais de 2 minutos. Em 2014, o apoio dos pepistas deu a Bauer quase 5 minutos de televisão, mas Colombo beirava os oito.

Este ano, o cenário mais fragmentado possível – com Amin, Bauer, Décio Lima (PT), Gelson Merisio (PSD), Mauro Mariani (MDB) e João Paulo Kleinübing (DEM) no páreo – apresentaria equilíbrio. Aliado a PSB, PRB, PDT, SD e PSC, Merisio teria cerca de 2min47seg, quase empatado com os 2min41seg de uma chapa de Mariani que incluísse PR, PPS e PTB. Com o Avante (ex-PTdoB), Décio Lima alcançaria cerca de 1min30seg, enquanto Amin e Kleinübing ficariam na faixa dos 50 segundos.

Veja os cenários projetados e o tempo que cada programa teria (o cálculo projeta as bancadas eleitas em 2014, com a restrição imposta pela legislação eleitoral de que apenas os seis maiores partidos agregam tempo à coligação)

As possíveis composições mexem com o cenário, mas não a ponto de concentrar o tempo. Se conquistar o PP, Merisio superaria os 3 minutos – cerca de 30 segundos a mais do que Mariani. Isolado, Bauer ainda teria 1min15seg. Outro cenário, com os tucanos apoiando Amin, levaria a uma divisão semelhante de tempo entre o programa do pepista e os de Merisio e Mariani – entre 3min30seg e 3min50s. Mesmo o cenário de maior concentração garante certa isonomia: se o PP de Amin e o DEM de Kleinübing apoiarem Merisio e o PSDB aderir à candidatura de Mariani, o pessedista e o emedebista teriam ambos programas em torno de 4 minutos.

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Essa proporção vale também para as inserções, cada vez mais valorizadas que os programas. O que não está na conta é o potencial da internet – espaço onde o engajamento conta mais do que o tamanho dos partidos. É nelas que precisam apostar Leonel Camasão (PSOL) e Rogério Portanova (Rede), candidatos que devem ter menos de 15 segundos no palanque televisivo.