Fazia muito tempo que os eleitores do Vale do Itajaí, especialmente os de Blumenau, não eram tão adulados em uma campanha eleitoral quanto nestes primeiros dias da disputa pelo governo do Estado. A presença de políticos da cidade nas três principais chapas estimula uma disputa paralela pelo título de “governador do Vale” que parece prioridade nessa largada eleitoral.

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Com nomes de Blumenau na vaga de vice-governador, Gelson Merisio (PSD) e Mauro Mariani (MDB) já passaram duas vezes pela cidade – terceiro maior colégio eleitoral do Estado, principal cidade da região mais populosa do Estado. Ambos prometem que, caso eleitos, João Paulo Kleinübing (DEM) ou Napoleão Bernardes (PSDB) darão as cartas na região.

É interessante a disputa de particular entre Kleinübing, vice de Merisio, e Napoleão, parceiro de Mariani. Ambos foram prefeitos de Blumenau, vencendo com votações consagradoras as últimas quatro eleições disputas no município. Nunca se enfrentaram diretamente, o que cria uma espécie de tira-teima. Ao vencedor, mais do que o cargo de vice, a liderança política regional.

Não é pouca coisa. Quem sair derrotado, precisará buscar um caminho que o mantenha com visibilidade política até uma próxima disputa, enquanto o adversário se consolida como principal nome da região. Kleinübing provavelmente teria que voltar a política local disputando novamente o cargo de prefeito – uma eleição complicada em que o vice-governador seria cabo-eleitoral de um adversário, provavelmente o atual prefeito Mario Hildebrant (PSB). Napoleão, por sua vez, não teria a opção de disputar a prefeitura. Dependeria da performance e estadualização do nome nesta campanha para tentar contruir um projeto visando 2022. Ou seja, quem perder fica pela estrada. Por isso, nota-se desde já, não há corpo mole nessa disputa dos vices.

Também ex-prefeito e candidato ao governo, Décio Lima (PT) também já passou por Blumenau neste começo de campanha. Fortalecido pela liderança na primeira rodada do Ibope, sua campanha para para reconectar a militância petista e tentar ultrapassar os limites históricos de votação no partido. É o que entra mais leve na disputa porque sabe que compete para recuperar o PT catarinense – um resultado que não depende da vitória pessoal nas urnas.

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